Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 424 de 2008-03-11 |
Turistrela pode ficar sem o Sky Parque
A Câmara de Manteigas terá detectado irregularidades no empreendimento onde está a única pista sintética de esqui do País. Se a situação não for regularizada, a autarquia ameaça retirar a concessão ao consórcio Turistrela/Certar. Mas as partes não parecem estar em sintonia.
> Notícias da CovilhãA Câmara Municipal de Manteigas pode vir a cessar o contrato que tem com o consórcio Certar/Turistrela, para a exploração do Sky Parque, a pista sintética localizada no concelho. Em causa estão alegadas situações de incumprimento do que foi acordado.
Para já, José Manuel Biscaia, presidente do município, diz que não se chegou a um ponto de ruptura, já que o assunto está a ser negociado. “Há pontos de encontro, senão não se estava a negociar”, realça. Já Paulo Ramos, da Turistrela, garante que da parte da empresa está tudo resolvido. “Para nós isso sempre esteve resolvido”, acentuou, dando a entender que a Turistrela não está disposta a fazer cedências.
Segundo a Câmara de Manteigas, o consórcio escolhido para a concepção, construção e exploração, durante 20 anos, do Sky Parque, já reconheceu e corrigiu algumas falhas apontadas. Nomeadamente no que se refere à “ruptura de equipamentos” ou ao mau estado de conservação do piso.
Neste momento, a principal preocupação da autarquia prende-se com a legalidade do consórcio. “Está constituído um consórcio irregular, que não tem autonomia ao nível do registo de impostos e finanças”, adianta José Manuel Biscaia ao NC.
“Estamos a fazer apreciar toda a evolução do consórcio económico-financeiro através de especialistas na matéria, para depois termos uma conversa definitiva. Ou para continuarem connosco no contrato, ou porventura haver uma cessação contratual”, sublinha o autarca.
Antes que mais algum passo seja dado, a Câmara de Manteigas vai esperar que o estudo encomendado a um revisor oficial de contas esteja concluído.
Com relutância em comentar o assunto, Paulo Ramos limitou-se a dizer que “se a câmara acha que está constituído de forma irregular, que resolva o problema, nós já lhes dissemos como o fazer”, frisou, sem adiantar qual foi a solução proposta. Ainda em relação à suposta irregularidade da parceria da Turistrela com a construtora Certar, acrescentou que “compete à câmara provar isso”.
Segundo José Manuel Biscaia, as divergências em cima da mesa actualmente seriam relativas “ao tempo e forma” em que a autarquia exige que as obrigações contratuais sejam cumpridas.
Na reunião camarária de 25 de Julho de 2007, o executivo falou nas irregularidades detectadas na Relva da Reboleira, sítio onde está localizado o parque. Na altura manifestou-se a “abertura para o diálogo” por parte da autarquia. E apontaram-se situações como o “levantamento da cobertura”, com “aspecto degradado”, situações de sub concessionamentos não previstos ou a falta de licenciamento do telesqui.
Na reunião foi então dado um prazo ao consórcio, até 31 de Outubro, para “regularizar as deficiências detectadas”.
José Manuel Biscaia continua a realçar o diálogo, mas avisa que “o município vai exigir tudo o que tem legitimidade para exigir”. O autarca realça que “o clausulado exigido pelo contrato e proposto pelo consórcio não estava a ser cumprido”. E refere que “na generalidade dos pontos apreciados, foram admitidos como consentidas realizações contratuais” pela Turistrela e Certar.
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