Voltar à Página da edicao n. 424 de 2008-03-11
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No extudo, a Beira Interior apresenta as mais baixas taxas de natalidade

Autarcas desconfiam da esperança de vida atribuída à região

Em média, quem nasce na região, vive menos dez anos que o português de outros pontos do País. Dados indicados pelo INE, relativos a 2006, que contudo suscitam muitas dúvidas aos autarcas locais. Por outro lado, a Beira Interior apresenta baixas taxas de natalidade e altas taxas de mortalidade.

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Em Gouveia, Álvaro Amaro, autarca local, acredita que a realidade mostra que as pessoas vivem cada vez mais anos. Ali pertinho, em Seia, presidente da Câmara, diz que o estudo deve ter alguma anomalia, até porque no seu concelho há mais apoio social e qualidade de vida que há anos atrás. Em Vila Velha de Ródão, a autarca Maria do Carmo Sequeira apoia-se no facto de nos lares locais haver cada vez mais pessoas com mais de 90 anos para dizer que não acredita que as pessoas “de cá”vivam menos 10 anos. São estas, em suma, algumas das reacções aos dados demográficos de 2006 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), que mostram que a esperança média de vida, à nascença, em zonas como a Cova da Beira, Serra da Estrela e Beira Interior Sul é cerca de 10 anos mais baixa que no resto da população portuguesa.
Em Portugal, segundo os números do INE, a região de Entre Douro e Vouga é aquela tem uma esperança média de vida mais alta no País, atingindo os 79,8 anos de idade. Os valores mais baixos estão na Beira Interior. Ou seja, segundo o INE, quem nasce por estas bandas tem, à partida, menos 10 anos de vida que quem vive na região do Vouga, pois por cá as médias situam-se nos 70 anos (Cova da Beira), 68,6 anos de idade (Serra da Estrela) e 68,5 anos (Beira Interior Sul).
Mário Leston, presidente da Associação Portuguesa de Demografia, justifica estes números com o facto de existirem na região mais idosos e de estes não terem estruturas de apoio. E que o envelhecimento populacional tem um forte peso na saúde mental das pessoas, contribuindo para uma menor longevidade. Já Teresa Rodrigues, da Universidade Nova de Lisboa, diz que estes números são consequência da interioridade, onde por exemplo os cuidados de saúde são mais limitados que no Litoral. Opinião diferente têm os autarcas da região que desconfiam dos números, prometendo estudá-los com atenção.
Outros dados do INE em termos demográficos mostram, também, que há zonas, na região, em que a taxa de divórcios é das mais baixas do País. O Pinhal Interior Sul detém a taxa mais baixa, com 1,2 por cento, seguida de Beira Interior Norte, com 1,3 por cento. No lado oposto surge a Península de Setúbal, com a mais alta taxa, de 2,8 por cento, seguida de Porto e Lisboa.
Quanto à natalidade, a Beira Interior também não sai favorecida. No Pinhal Interior Sul foi onde menos se nasceu (249 nados vivos), seguindo-se a Serra da Estrela (319) e Beira Interior Sul (558). Ou seja, na Beira Interior, em termos nacionais, é onde se nasce menos, havendo uma média de um filho por cada mulher em idade fértil. O que significa que há muitas mulheres que não têm filhos.
Por outro lado, na taxa de mortalidade infantil é a Serra da Estrela que não fica bem nos gráficos do INE, já que é a região referenciada como a aquela em mais crianças com menos de um ano faleceram, com uma taxa de 6,3 por cento.
Quanto à taxa de mortalidade, mais uma vez o Pinhal Interior Sul, Beira Interior Sul e Beira Interior Norte surgem entre as regiões do País em que mais se morre.


No extudo, a Beira Interior apresenta as mais baixas taxas de natalidade
No extudo, a Beira Interior apresenta as mais baixas taxas de natalidade


Data de publicação: 2008-03-11 00:07:00
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