Gostaríamos que todo o corpo docente ficasse doutorado

Está de volta um dos cursos mais emblemáticos das Ciências Exactas da UBI. Este ano, a licenciatura em Matemática conseguiu 14 novos alunos, o que leva já os responsáveis pelo curso a pensar num aumento de 15 para 20 vagas. Em entrevista ao Urbi, Manuel Saraiva adianta também informações sobre as principais actividades do departamento.

Urbi@Orbi – O curso de Matemática registou, este ano, 14 novos alunos. Como está a decorrer esta “reactivação”?
Manuel Saraiva – Está a decorrer tudo muito bem. Para os docentes do Departamento, estes novos alunos funcionam como um “balão de oxigénio”, como uma forte motivação para o desenvolvimento do seu trabalho, quer de docência quer de investigação.
Para os alunos que ingressaram no curso por gosto, tudo indica que, em geral, estão a gostar e que estão bastante satisfeitos por estarem a estudar Matemática na UBI. Os que se matricularam com a perspectiva de sair para outros cursos (são alguns), já começam a estar “convencidos” de que este curso é de futuro e é fazível, com trabalho e com gosto, e que lhes abre muitas portas, quer académicas quer profissionais. O Departamento está a fazer todos os esforços, com base no ensino de qualidade ministrado, para que isso aconteça. Por outro lado, o Departamento tem diversas iniciativas, para além do ensino, para a criação de um bom ambiente e de uma boa cultura de trabalho e de curiosidade intelectual como, por exemplo, o envolvimento directo dos alunos de Matemática nos “Dias da UBI” – onde podem colaborar e desenvolver actividades matemáticas que o Departamento leva a cabo durante esses dias.

Urbi@Orbi – Para o próximo ano pensam abrir mais vagas ou mais algum curso nesta área?
Manuel Saraiva – Nada está decidido quanto a esse assunto. Porém, de acordo com os resultados registados este ano, é natural, e razoável, que venhamos a defender a passagem das 15 para as 20 vagas. Parece-me que os “ventos” agora estão mais favoráveis ao aumento do número de alunos nos cursos de Matemática. Na realidade, para além da cada vez maior evidência da utilidade destes cursos, há já alguma saturação no mercado de trabalho em áreas que têm sido privilegiadas nos últimos anos.
Encaramos este primeiro ciclo – o qual pensamos estar muito bem concebido, permitindo aos alunos ter unidades curriculares opcionais da área da Física, da Economia e Gestão, da Biologia e da Informática – como uma base a partir da qual os alunos poderão optar por vários segundos ciclos e, posteriormente, por diversos terceiros ciclos. O Departamento de Matemática oferece, neste momento, os seguintes 2º ciclos: Matemática; Aplicações da Estatística às Ciências da Saúde, da Vida e do Ambiente; Ciências da Computação, em parceria com o Departamento de Informática; e está em gestação um 2º ciclo em Matemática e Economia, em parceria com o Departamento de Economia e Gestão. A UBI viu registado pelo MCTES o 2º Ciclo em Ensino da Matemática, estando apenas à espera que haja autorização para abrir o curso. Está, ainda, a funcionar o “velho” mestrado em Ensino da Matemática – que tem cinco alunos a desenvolver as dissertações e que conta com treze alunos no 1º ano (2007/08). Este curso é, na nossa perspectiva, o embrião do 3º ciclo em Matemática Ensino – que estamos a construir e que pensamos vê-lo aprovado ainda durante este ano lectivo. O Departamento de Matemática ministra, actualmente, dois 3º ciclos: Matemática e Matemática Aplicada (frequentados por 12 alunos).
Gostaria de dizer, ainda, que o Departamento de Matemática recebe alunos de pós-doutoramento, essencialmente estrangeiros.

“Há um intercâmbio com outras instituições”

“O Centro de Matemática da UBI visa a promoção da investigação”

“Perfil de Manuel Saraiva”