Voltar à Página da edicao n. 420 de 2008-02-12
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
> <strong>Pedro Guedes de Carvalho</strong><br />

Investigação em Desporto na UBI

> Pedro Guedes de Carvalho

A European Quality Assurance criou uma pressão enorme sobre as Universidades Europeias, para que estas melhorem aceleradamente os seus desempenhos gerais.
Trabalhar na UBI há cerca de 13 anos, permitiu-me ter experimentado diferentes ciclos de vida desta Universidade; durante cerca de um ano e meio, experimentei ainda o ambiente organizacional de uma Universidade americana o que me permitiu ‘sentir’ as diferenças. Sendo eu a mesma pessoa como é que me pareceu que a produtividade nessa universidade foi superior àquela que consigo ter na UBI?
É claro que o facto de ter estado dedicado às tarefas académicas a cem por cento foi determinante e faz alguma diferença em relação a trabalhar no mesmo meio onde se vive familiarmente. Mas nem por isso os colegas que ali estavam deixavam de ter as suas actividades extra académicas e sentiam o mesmo que eu.
As nossas universidades mais novas ainda padecem de inúmeros defeitos organizacionais que não permitem criar o clima mais favorável para a produtividade e excelência, tendo que fazer um esforço muito diferente para poderem competir neste “mesmo campeonato”.
O Departamento de Desporto aderiu recentemente como co-fundador, a uma nova unidade de I&D designada por CIDESD (Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano), sedeada na UTAD em Vila Real. Neste fim-de-semana de 9 Fevereiro, o CIDESD vai realizar o seu I Congresso Interno para deliberar e aprovar normas de funcionamento. Enquanto representante do Departamento da UBI, estarei presente para apresentar uma comunicação onde se defenderá a importância de perspectivar o trabalho do centro de forma inovadora, sob pena de se tornar em mais (apenas) um centro de I&D.
Muita da literatura existente sobre redes de investigação académica aponta para a necessidade de estruturar as redes de cooperação e competição de forma sólida, sob pena de o todo não se tornar mais valioso que a soma das suas partes constituintes.
Grosso modo, a comunicação abordará os seguintes aspectos:
O que motiva realmente a colaboração em rede?
Em 1º lugar, as necessidades de financiamento da investigação são mais exigentes do ponto de vista da qualidade tecnológica dos seus equipamentos e exigem mais fundos; não somos um país que se pode dar ao luxo de ter equipamentos de ponta distribuídos espacialmente de forma equitativa;
Em 2º lugar, a obtenção de grande parte da informação primária necessária para fazer trabalhos empíricos é morosa e tem custos elevados; é pois absolutamente necessário utilizar as mesmas bases para diferentes finalidades, evitando estar a repeti-las de forma continuada e sem utilidade; a facilidade dos processos de difusão dessa informação com as TIC, permite racionalizar os custos de informação;
Uma 3ª razão prende-se com a facilidade da designada ‘aprendizagem invisível’, conseguida através dos meios de comunicação (rapidíssimos) existentes e das novas formas de comunicação on-line e à distancia que facilitam a incorporação numa rede, de diversos investigadores espacialmente distantes.
Por último, a necessidade de efectuar avanços importantes no domínio da interdisciplinaridade; infelizmente a ciência social (e as outras) já não conseguirão avançar muito mais de forma disciplinarmente fechada e a integração e síntese de saberes pode fazer avanços significativos nas formas de conhecer o Homem, sendo que o desporto é um campo fértil para se estudaremos comportamentos
Para que as redes funcionem alguns pressupostos devem ser assumidos:
A investigação em rede necessita de:
Livrar-se de todos os males do funcionamento tradicionalmente burocrático
Centrar-se nas características dos laços relacionais e afectivos mais do que nos aspectos formais da contratualização
Desenvolver o conceito e estabelecer indicadores de eficácia/eficiência de rede para prosseguir o seu principal objectivo que é o de
Transferir o novo conhecimento produzido na sua aplicação à realidade social.
Nesse sentido ir-se-á propor uma AGENDA CIDESD que consiste em:
Definir e estabelecer os relacionamentos estratégicos entre centros e investigadores que permitam produzir conhecimento desejável. Nesta nova constelação institucional e organizacional o sucesso dependerá, e muito, do tipo de estrutura de rede que conseguirmos estabelecer.
O Custo de não o fazer: o CIDESD corre o risco de ser apenas mais um centro, que pouco valor acrescentado trará aos núcleos existentes.
TAREFAS Curto Prazo
Mapear competências e equipamentos existentes
Identificar todas as colaborações actuais e potenciais, nacionais e internacionais
Caracterizar a estrutura da rede (à partida)
Definir Hot Topics e afectar investigadores ao seu estudo
Planificar investimentos de equipamentos laboratoriais
Partilhar Bases de Informação Primária (desde a sua construção)
Efectuar Parcerias “CIDESD – INDÚSTRIA”.
Este último ponto e um pouco à semelhança daquilo que actualmente se pede à Universidade na sua ligação às empresas, a “Indústria” no desporto serão os clubes, as associações e federações, as autarquias, as escolas e os hospitais.


Data de publicação: 2008-02-12 00:00:00
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