Docente do Politécnico diz que “regionalizar não chega”

O docente do Instituto Politécnico de Castelo Branco Rui Alves defendeu que "regionalizar não chega, é preciso criar leis que regulem a associação entre municípios e destes com as futuras regiões".

Rui Alves lançou o livro "Políticas de planeamento e ordenamento do território no Estado Português", no qual defende menos flexibilidade que na lei das comunidades urbanas (em que cada município escolhia com quem se associava), mas uma maior dimensão que as NUTS III.
"O mapa das cinco regiões é mais ou menos pacífico, mas como vai funcionar o que está por baixo? Como se vão relacionar o Interior e o Litoral e os diferentes sub-espaços da região entre si? É preciso dar respostas a estas perguntas", defende o autor. No seu trabalho, Rui Alves considera que "é preciso juntar pelo menos duas NUT III para garantir dimensão e diversidade" nas divisões abaixo das regiões "e mesmo a divisão em NUT III, nalguns casos, devia ser revista".
Segundo o docente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, essas delimitações intermédias, agregando municípios logo abaixo das regiões, devem ser definidas pela lei, "para garantir coerência e para que os municípios não mudem para um lado ou outro, contrariando a genética do território." Por exemplo, no caso dos distritos de Castelo Branco e Guarda, considera que a Comunidade Urbana das Beiras (Comurbeiras) "se aproxima da dimensão e diversidade desejável", mas "contraria as relações existentes ao dividir o distrito de Castelo Branco".
A publicação do livro "Políticas de planeamento e ordenamento do território no Estado Português" é da responsabilidade da Fundação Calouste Gulbenkian em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia.