Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 418 de 2008-01-29 |
Dívidas a funcionários do Hotel Turismo em análise
O Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria do Centro vai reunir com a Câmara da Guarda e a empresa Predial das Termas para definir quem paga os subsídios de Natal em atraso, aos trabalhadores do Hotel de Turismo da cidade.
> Notícias da CovilhãSegundo António Baião, dirigente daquele sindicato, em Outubro de 2007 a autarquia assumiu a gestão do hotel após o fim da concessão com a Predial das Termas - Agência Imobiliária, de São Pedro do Sul, mas aos trabalhadores só foi pago o subsídio de Natal correspondente aos últimos três meses."Desde o dia 15 de Dezembro que estão em dívida para com os trabalhadores, nove doze avos do subsídio de Natal, correspondentes ao período entre os meses de Janeiro a Setembro de 2007", refere, situação que não é assumida pela autarquia nem pela ex-concessionária.
De acordo com o sindicalista "a Câmara pagou os subsídios de Natal relativo aos proporcionais dos últimos três meses do ano e agora alega que não paga os restantes porque existe uma cláusula no contrato com a Predial das Termas, que diz que todas as dívidas a terceiros são da responsabilidade" da antiga concessionária do hotel. "Perante este diferendo, os trabalhadores estão a ser lesados em relação ao subsídio de Natal e ao subsídio de férias em 2008, porque neste momento mantém-se a mesma dúvida, referente aos proporcionais de Janeiro a Setembro", disse, salientando que a dívida a cada trabalhador rondará os 500 euros. O sindicalista refere que perante esta situação, o sindicato solicitou uma reunião tripartida, que deverá acontecer ainda durante o mês de Janeiro, "para ver se esclarecemos isto".
António Baião acredita que do encontro possa sair uma solução para o diferendo, adiantando que, na opinião do sindicato, "será a Câmara a suportar as verbas em falta. Agora, se existe uma cláusula onde fala na dívida de terceiros, eles [a autarquia e a antiga concessionária] que se entendam"."Quem não pode ficar sem ser ressarcido dos seus direitos, são os trabalhadores", sublinha.
A administração da Predial das Termas mostra-se disponível para participar na reunião, mas o gerente, José Nicolau, afirma à Agência Lusa que a empresa não tem responsabilidades no assunto. "Saímos do hotel em 30 de Setembro, liquidámos com os trabalhadores tudo o que tínhamos a liquidar até à data", afirma.
"Quando saímos de lá, pagámos as férias, os salários, tudo o que tinha vencido até à data", garante, dando conta que a empresa sempre efectuou todos os pagamentos aos funcionários entre Novembro de 2003 e Setembro de 2007, período em que explorou o Hotel de Turismo da Guarda. "Nós não somos os devedores, da nossa parte, cumprimos com os trabalhadores", assegura. A empresa "pagou em cada ano aquilo que se venceu, por isso é que digo que não devemos nada", acrescenta. Sobre a reunião convocada pelo sindicato, onde a empresa estará representada, classificou-a como sendo "um bocado inócua".
Por sua vez o vereador da Câmara da Guarda, Vítor Santos, representante da autarquia na sociedade proprietária do Hotel de Turismo, explica que a entidade não tem "qualquer atraso" nos pagamentos. "Pagámos tudo nas datas próprias", garante à Lusa.
"O diferendo que existe é sobre o período de tempo enquanto decorreu a exploração da Predial das Termas. Nós fazemos valer a cláusula sexta do contrato que fizemos com a Predial das Termas em termos de suspensão da actividade como concessionários. O parecer jurídico do nosso consultor vai também nesse sentido", explica.
A cláusula sexta do contrato diz respeito ao pagamento das dívidas a terceiros, mas as duas entidades têm leituras diferentes: a Predial das Termas considera que só se refere ao pagamento das dívidas aos fornecedores e a autarquia admite que também abrange os trabalhadores. Vítor Santos disse que a Câmara vai "aguardar serenamente" pela reunião com o sindicato da hotelaria e a Predial das Termas, afirmando ter "a certeza" em como a situação irá ser ultrapassada, "sempre tendo em conta os direitos dos trabalhadores".
O problema coloca-se desde o dia 01 de Outubro, altura em que a Câmara assumiu a gestão do hotel, após ter rescindido amigavelmente a concessão com a empresa concessionária, com o objectivo de avançar com o projecto de remodelação do edifício localizado no centro da cidade. Desde essa altura que os empregados se encontram ao serviço, sendo pagos pela autarquia, situação que se manterá até à altura da unidade entrar em obras. A remodelação do hotel é feita no âmbito de uma candidatura apoiada pelo SIVETUR - Sistema de Incentivos a Produtos Turísticos de Vocação Estratégica, estando as obras orçadas em cerca de nove milhões de euros.
Multimédia