Voltar à Página da edicao n. 415 de 2008-01-08
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Vítor Toscano veio falar sobre novas formas de ensino

Uma nova maneira de ver a filosofia

A UBI acolheu ontem mais uma palestra no âmbito do plano de estágios dos alunos de Filosofia. Cerca de sete alunas que estão a estagiar em escolas da região assistiram a uma palestra sobre a “pedagogia do projecto”.

> Eduardo Alves

“Tem de haver uma nova maneira de ver as coisas, e uma nova forma de explicar as matérias”. Esta é a ideia geral deixada por Vítor Toscano, docente do Ensino Secundário, que ontem esteve na UBI a proferir uma palestra intitulada “Pedagogia do Projecto”.
A Sala dos Conselhos acolheu esta iniciativa conjunta da Unidade de Artes e Letras e do Instituto de Filosofia Prática e que foi dirigida, essencialmente, para os alunos que estão a terminar a sua licenciatura em Filosofia.
Professor há 32 anos, Vítor Toscano começa por dizer que esta nova forma de ensinar, “aprendi-a fazendo, colocando em prática algumas ideias que me foram passadas numa formação de base inicial”. E a principal novidade apresentada aos futuros docentes de Filosofia, passa por “fazer com que os alunos trabalhem por si, aprendam e sintam que isso é uma forma de conseguir chegar ao conhecimento”. O docente baseia-se na experiência própria e nos jovens de hoje em dia para fundamentar as suas ideias.
Na óptica de Vítor Toscano, “hoje vivemos num mundo onde o audiovisual é claramente aglutinador da prática pedagógica e os nossos alunos já não trabalham por eles, vão buscar os trabalhos que os outros fizeram porque lhes são oferecidos na Internet”. Para mudar este cenário, o docente acredita que basta implementar uma “pedagogia do projecto”, e fazer com o aluno se sinta motivado a descobrir as novas coisas “por si”.
Toscano sublinha que “estes métodos pretendem contribuir para que eles façam por eles, aquilo que lhes é próprio e que vai constituir a base fundamental da sua vida futura. Porque, aquilo que nós fazemos nunca mais é esquecido, e esta é a ideia principal deste meu projecto”. Este docente classificar a sua ideia como sendo “um projecto de vanguarda”. E diz que outro dos intuitos deste tipo de eventos passa por garantir “a possibilidade de implementação de um tipo de pedagogia que está um pouco arredada das nossas escolas mas que julgo que pode trazer benefícios acrescidos se os professores, sobretudo os mais novos, quiserem iniciar estas metodologias de ensino”.
Este docente garante que “desta forma é mais simples fazermos passar certas ideias e conteúdos, certas matérias e princípios, sobretudo algumas matérias que estão em mudanças”. Para ser mais preciso no seu discurso, exemplifica com um caso da filosofia. Toscano diz que “hoje não interessa o estudo de Platão, de uma forma global, interessa é que eu veja na publicidade, nas coisas que rodeiam os jovens, formas explicadas pelas teorias de Platão e assim poder mostrar o que este trouxe à Filosofia”.
Inovador quanto basta não deixa, todavia, de dizer que “os antigos métodos não são, de todo, maus”. Mas hoje o que é moda é “estar fora de moda” e a isto se junta “a efemeridade dos acontecimentos e a nulidade das coisas, o que obriga a que seja difícil estratificar as matérias num único padrão”, esclarece. “Para além disso temos também o facto dos alunos hoje serem muito mais irrequietos, temos um aluno mais libertário, – não libertino – mais activo, isto tudo no sentido de ser menos redondo, muito menos fácil de controlá-lo. Agora cada aluno traz informações e currículos ocultos que o professor desconhece”, pelo que Vítor Toscano defende que o professor deve ter um papel mais activo na condução das matérias a leccionar e na forma como o faz.


Vítor Toscano veio falar sobre novas formas de ensino
Vítor Toscano veio falar sobre novas formas de ensino


Data de publicação: 2008-01-08 00:00:00
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