Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 415 de 2008-01-08 |
Maioria dos restaurantes da Covilhã proíbe o fumo
A nova Lei do Tabaco entrou em vigor no primeiro dia do ano mas os empresários ainda têm dúvidas sobre a sua aplicação. Na cidade, a maioria dos restaurantes passou a ser livre de fumo. Nos cafés, apesar de não terem sido feitas obras nem reforçada a ventilação, há muitos onde é possível puxar de um cigarro.
> Notícias da CovilhãNo primeiro dia do ano entrou em vigor a nova Lei do Tabaco, que proíbe fumar em locais fechados. Na Covilhã já se notam algumas implicações da nova legislação. A maioria dos restaurantes é agora para não fumadores. Já nos cafés, embora não tenham sido feitas obras, em muitos continua a poder fumar-se e os proprietários esperam que os extractores e ventiladores sejam suficientes para evitar que o fumo se espalhe. Outros optaram por eliminar o tabaco. E se uns esperam ganhar novos clientes, há quem receie perder freguesia.
“Numa primeira impressão, a maioria, para evitar problemas, não vai deixar fumar. Depois, provavelmente, vão ter de se ajustar. Não é uma decisão definitiva”, realça Miguel Bernardo, da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor, que nas últimas semanas foi confrontada com muitas dúvidas por parte dos comerciantes. A solução passou por promover, no dia 20, uma sessão de esclarecimento com uma inspectora da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a que compareceu mais de uma centena de pessoas.
A nova lei determina a proibição de fumar em locais públicos fechados e locais de trabalho. O objectivo é garantir a protecção da saúde dos frequentadores e trabalhadores nesses espaços. Para fumar nesses sítios, é preciso fazê-lo nos espaços destinados para esse efeito. Que têm de estar sinalizados e ter ventilação directa e eficaz para o exterior, para que o fumo não se espalhe às áreas contíguas.
No caso das casas de restauração e bebidas, aplicam-se as mesmas regras. Os estabelecimentos com menos de cem metros quadrados puderam optar por ser para fumadores, desde que as cumpram e não exista fumo nem cheiro de tabaco no ar. Quem tem mais superfície pode reservar uma área de 30 por cento para fumadores ou 40 por cento, se for fisicamente separada.
Para António Ascensão, dono do Verdinho e do Centro Cívico, “a lei já vem tarde”. Aproveitou a oportunidade para eliminar o fumo nos dois estabelecimentos, embora continue a vender tabaco. “Tenho bons exaustores, mas não suficientes para limpar completamente o ar e não compensa fazer obras”, sublinha. Com os dísticos vermelhos colados na porta e no interior, vai “esperar para ver como corre”. Contudo, adianta que a reacção das pessoas está a ser boa e acredita poder vir a ganhar novos clientes e a vender mais bolos, agora expostos num ambiente mais limpo.
“Por mim era para não fumadores, mas falei com os clientes e decidi que na cafetaria se pode fumar e no restaurante vai ser proibido”, diz o proprietário do Montiel, outra casa conhecida no centro da Covilhã. Uma escolha “com a perspectiva de poder ser alterada a qualquer momento”, caso verifique que a extracção de fumo não é suficiente. “Eu tenho feito experiências, a olho nu. Se for necessário pôr outros equipamentos, opto de imediato por não fumadores”, frisa António Antão.
Com um restaurante pequeno, Luís Monteiro decidiu-se por não permitir fumar no Sete. “Não compensa fazer obras e à hora da refeição deve-se evitar o ambiente de fumo”. Agora no início receia perder clientes, mas acredita que depois volte tudo ao normal.
“Eu diria que 90 por cento dos fumadores já começam a ser civilizados. Já há muita gente que vem para a rua fumar”, referia José Manuel Correia, do Sporting, na semana passada, ainda antes da lei entrar em vigor. No seu restaurante, na altura, pensava reservar a sala mais pequena para não fumadores. Uma escolha que esbarra na nova legislação, que não permite uma área para fumadores superior a 40 por cento.
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