Voltar à Página da edicao n. 414 de 2008-01-01
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Habitantes de Monsanto juntam-se na véspera de Natal

Numa noite dedicada à família, os habitantes da aldeia encontram soluções para que também possa haver divertimento com os amigos.

> Andreia Graça

Na tradicional noite de rabanadas e bacalhau com todos, Monsanto, uma aldeia do Ribatejo, não foge aos hábitos natalícios. Mas como a época deve ser também partilhada com os amigos e com as pessoas mais próximas, os habitantes da localidade todos os anos a assinalam em conjunto, depois da hora da troca de presentes. “É uma tradição antiga que serve para aproximar os habitantes da terra numa noite tão especial”.É deste modo que Américo Santos descreve a fogueira à qual já se lembra de ir nos seus tempos de criança. “Nada melhor que uma fogueira quentinha para se aguentar uma noite fria de Inverno”, relembra o habitante da aldeia que é actualmente o responsável por manter viva a tradição. “Talvez por ser um meio pequeno e ser uma noite que se passa em casa, ou seja, na terra ainda se consiga ter quem adira a este convívio”, Américo acredita que se não forem os mais velhos este costume se perde como tantos outros, já que a maioria dos habitantes da terra tendem a abandoná-la para se instalarem em zonas mais urbanas.
“Os mais novos, tal como os mais velhos, precisam de uma distracção com os amigos e a fogueira não lhes interessa”, diz Romeu Costa, proprietário do Mal Cozinhado, um dos cafés da localidade. Foi este o motivo que levou o comerciante a pensar num modo de juntar os jovens da aldeia que, caso contrário, optariam por ficar em casa ou procurar uma maneira de se divertirem em Torres Novas, a cidade mais perto. “Optei por começar a organizar uma noite de karaoke no dia 24, por ser o que está mais na moda entre os jovens e por nada se fazer para que estes não fujam da aldeia”. Desde 2002 que os residentes de Monsanto podem mostrar os seus dotes vocais entre os amigos numa das noites que normalmente apenas se dedica à família. “A noite da véspera de Natal nunca costuma prolongar-se e os jovens estão habituados a saírem tarde de casa, por isso este tipo de festas não vão interferir com o convívio familiar”, refere Romeu.“É importante que se continue a apostar neste tipo de festas, porque o Natal é para se passar com todos aqueles que gostamos e não apenas com a família mais chegada”, menciona Edgar Santos. Questionado sobre a possibilidade de o karaoke acabar com a fogueira, o jovem acredita que como se destinam a faixas etárias diferentes, ambas podem continuar a existir até porque “como há jovens que gostam de tradições antigas, cada vez mais devemos chamar os mais velhos para os eventos modernos”.






Data de publicação: 2008-01-01 20:41:53
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