Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 414 de 2008-01-01 |
“Y34RZ3R0R3MIX3D” – Nine Inch Nails
Numa altura de “guerra aberta” entre bandas e editoras, Trent Reznor e amigos levam o seu amor pelas remisturas ao expoente máximo e criam “Y34RZ3R0R3MIX3D”. Um álbum que não é mais que a remistura da promessa de um apocalipse próximo, implícito em “Year Zero”.
> Fabio PereiraNum campo de batalha que opõe os músicos às editoras, os Nine Inch Nails não poderiam ficar “impávidos e serenos” à luta, desta forma, lançam a sua nova arma de nome “Y34RZ3R0R3MIX3D”. É um trabalho que se concretiza pelo amor à música e às remisturas de Trent Reznor, como pela confiança depositada nos amigos que remodelam o seu “Year Zero”.
Dois anos após a edição de “With Teeth”, os Nine Inch Nails contrariaram todas as expectativas e deram vida a um mensageiro do apocalipse intitulado “Year Zero”. Um disco mais electrónico, onde as guitarras foram preteridas em função dos sintetizadores, programações, computadores, samplers e uma parafernália de maquinaria. Contudo, e para alivio dos fãs, “Year Zero” não se tratou de um antónimo ao peso.
“Y34RZ3R0R3MIX3D” é a remistura de uma obra conceptual sobre os dias de hoje. Num futuro que nos separa apenas 15 anos dos dias de hoje, Trent Reznor perspectiva-nos um futuro ainda mais catastrófico do que a mente de um simples mortal poderá imaginar. E tendo em atenção que o homem é um visionário, é melhor acreditar…
Neste disco feito por amigos mais conhecidos de Trent Reznor (New Order), e outros nem tanto (Modwheelmood), há uma notória falta de ordem para juntar tanta dispersão. Contudo, as releituras não se afastam do ambiente negro e soturno, digno da urbano-depressão do século XXI, que impregna o “Year Zero” dos Nine Inch Nails”.
A linha perfeccionista de “Year Zero” não é perdida em “Y34RZ3R0R3MIX3D”. Tratou-se apenas de um retrabalhar da apocalíptica matéria-prima, que não era mais que um retrato futurista de um mundo que nos persegue sem fuga possível. Outra grande valia do álbum é a inclusão da “master” das gravações, que permite brincar um pouco com a grandiosa obra de Trent Reznor e dos Nine Inch Nails. O que, convenhamos, é mais um tiro preciso na indústria musical.
Nine Inch Nails
“Y34RZ3R0R3MIX3D”
Interscope/ Universal
Multimédia