Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 412 de 2007-12-18 |
Carvalho da Silva na UBI
O secretário-geral da CGTP veio à UBI apresentar o seu livro. Uma obra que tem como base a sua tese de doutoramento. Carvalho da Silva estudou o caso da Nova Penteação como exemplo da acção sindical.
> Eduardo AlvesPortugal é bem “um espelho de transformações sociais”, diz Manuel Carvalho da Silva. Este conceito e muitos outros são defendidos na sua tese de doutoramento apresentada há pouco mais de um mês no ISCTE.
Para que todo este trabalho fosse conhecido na Covilhã, o secretário-geral da CGTP veio até à UBI apresentar o seu livro e explicar algumas das suas ideias. Carvalho da Silva falou para um anfiteatro quase lotado por docentes, estudantes, sindicalistas, trabalhadores e muitos outros que quiseram estar presentes no evento.
Maria João Simões, docente da UBI e Fernando Paulouro, director do Jornal do Fundão, apresentaram a obra e o autor. Mas foi pela boca de Carvalho da Silva que a plateia ouviu falar de sindicalismo, da importância social do trabalho e de como tudo isto se liga à Covilhã e a uma das maiores empresas do sector têxtil em Portugal.
Uma ligação que começou a nascer cedo. O secretário-geral da CGTP conta que “a leitura de ‘A Lã e a Neve’ foi um momento que marcou a minha vida”. O livro de Ferreira de Castro serviu “para me dar a conhecer as gentes da Covilhã e desta região”. Gentes com quem veio a contactar ainda mais “depois de estar ligado ao sindicalismo”.
Carvalho da Silva lembrou-se então, durante as suas pesquisas para a tese de doutoramento, “das greves têxteis do início do século XX, ou das paragens e da força da união dos trabalhadores em 1981”. O “anarco-sindicalismo da Covilhã marcou o movimento dos trabalhadores em Portugal”, diz Carvalho da Silva. Uma das ideias defendidas no seu estudo.
Um livro que surge “ara que as pessoas possam ter uma ideia concreta do papel do sindicalismo na sociedade” Este trabalho que resulta da uma componente “entre a experiência da vida e uma orientação científica” contêm também um grande número de páginas dedicadas à Nova Penteação. “Uma das empresas mais antigas e com mais importância no sector têxtil nacional”, adiantou Carvalho da Silva. Mas também “um exemplo do que os trabalhadores estão sujeitos, quando, depois de uma vida dedicada a uma entidade, esta fecha portas”. E é nesta, como em outras situação, “que o papel dos sindicatos e dos movimentos associativos dos trabalhadores têm uma importância vital”.
O autor de “A Centralidade do Trabalho e Acção Colectiva”, apresenta um estudo profundo “documentado e baseado em experiências de trabalhadores, em relatos de operários desta empresa, em situações decorridas em plenário” para explicar todo o processo. Um processo que conduziu à falência de uma das maiores empresas região e ao desemprego, mais de 600 trabalhadores.
Este exemplo faz parte de um conjunto de situações que compõem a parte prática desta tese de doutoramento na área da sociologia. Um trabalho desenvolvido por Carvalho da Silva, onde este faz também todo o percurso histórico do sindicalismo em Portugal, desde o início do século XX até aos nossos dias.
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