Voltar à Página da edicao n. 412 de 2007-12-18
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
> <strong>José Geraldes</strong><br />

A insustentável corrupção

> José Geraldes

Os portugueses consideram a corrupção como um problema mas desconfiam dos esforços governamentais para a eliminarem da sociedade. Esta opinião é manifestada por 64 por cento da população portuguesa. A média europeia fica nos 60 por cento.
A conclusão é da organização não-governamental Transparência Internacional no relatório de 2007. O estudo incluiu 63 mil inquéritos em 60 países.
Há quatro áreas que os portugueses pensam ser mais afectadas pela corrupção. A primeira diz respeito aos impostos, a segunda aos partidos políticos, a terceira à actividade parlamentar legislativa e a quarta ao mundo das empresas. E, facto a assinalar, 200 mil portugueses admitem ter feito um suborno.
A nível mundial, a corrupção aumentou 54 por cento. E, entre os países onde mais medrou a corrupção, figuram países africanos, de Leste e também os considerados mais desenvolvidos como os Estados Unidos, a Finlândia e o Reino Unido.
A corrupção globalizou-se. O relatório diz que, em 2006, um em cada dez cidadãos pagaram “luvas” para obter um serviço.
Estamos perante um verdadeiro flagelo que importa combater a todo o custo. E não se pode perder tempo, pois existe a percepção nos inquiridos de que tende a aumentar.
O combate à corrupção nunca pode ser dado como perdido. Aos políticos que são visados no relatório, cabe uma responsabilidade acrescida.
Entre nós, é conhecido o factor “cunha” que, muitas vezes ou sempre, serve de almofada para decisões de uma injustiça flagrante.
Eliminar a corrupção é contribuir para uma sociedade onde imperam os valores éticos. Valores que são património da Humanidade.

No mundo moderno, a Internet já está a concorrer com a Televisão. Sobretudo os jovens são a faixa etária que mais uso fazem da rede. A “rede social” tornou-se um meio de comunicação habitual entre eles à semelhança dos telemóveis. Ora os pais devem estar vigilantes sobre os sítios que os filhos frequentam.
Porquê? Um aluno de 14 anos da escola de Vale de Cambra terá sido incentivado pela Internet a automutilar-se e a concretizar um suicídio colectivo. Inconfidências provocaram a intervenção da polícia, da Comissão da Protecção de Jovens e Conselho Executivo da escola.
O caso obriga a pensar sobre o acesso das crianças a redes de contactos sociais. Aqui a regra a observar é a do bom senso. A proibição do computador não resolve nada. Mas a sua colocação numa sala aberta onde todos possam ver o ecrã pode ser uma solução.
Não há fórmula mágica que dê aos pais a certeza absoluta de os filhos não serem influenciados por conteúdos negativos. Mas hoje há filtros que ajudam embora não substituam os pais. E que são gratuitos. O próprio Google dá a possibilidade de escolher níveis de filtragem para todos os públicos.
O diálogo com os filhos sobre os perigos da Net tem também o seu lugar. Com naturalidade e dando-lhes boas práticas. E, claro, ensinar os filhos a nunca revelar a terceiros informações pessoais.

O movimento Covilhã Solidária promove este Natal nova iniciativa. No ano passado, o desfile de moda foi um êxito e alcançou os objectivos propostos.
A fórmula de 2007 envolve as escolas do concelho em que, pela canção, crianças ajudam instituições para deficientes. Nenhum covilhanense se permitirá ficar de fora da iniciativa que diz respeito a todos nós.
A participação das crianças tem virtualidades pedagógicas em todos os sentidos. A Covilhã tem sempre correspondido ao compromisso da solidariedade. Como, apesar da crise, o fará agora. Numa atitude de cidadania e atenção aos outros.


Data de publicação: 2007-12-18 00:00:00
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