Voltar à Página da edicao n. 409 de 2007-11-27
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O Parque Arqueológico do Côa tem vindo a registar menos visitas

Falta de investimento é causa para a queda de visitantes

A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, atribui a queda do número de visitantes ao Parque Arqueológico aos decisores políticos que não investiram na região.

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A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, atribuiu na passada semana a responsabilidade da queda do número de visitantes do Parque Arqueológico do Vale do Côa aos decisores políticos que não investiram na região. “[Nos últimos dez anos] foram feitas opções políticas que não conduziram a um maior investimento na região”, disse Isabel Pires de Lima à imprensa, depois de assistir, em antestreia nacional, à exibição do documentário “Côa - O Rio das Mil Gravuras”, realizado pelo francês Jean-Luc Bouvret.
A ministra da Cultura precisou que ao falar de opções políticas, se referia tanto às autarquias como aos sucessivos Governos. “Falo de todos e do Governo central também. Aqui há responsabilidades de todos e também do sector privado, porque o sector privado também tem responsabilidades no desenvolvimento”, sublinha.
Para inverter essa tendência de “pouco investimento no projecto” do Vale do Côa, a ministra defendeu que “importa fazer uma opção de investimento naquela área”, que claramente “não houve e é preciso haver”. “É simplesmente isso – acrescentou – é uma opção política”.
De acordo com a responsável, a solução está em optar “por um maior investimento que seja atractivo também do ponto de vista do turismo”. “Por exemplo, é muito importante que se tenha apostado e que se aposte mais no acesso a Foz Côa e, designadamente, às figuras também, através do Douro navegável”, observa.
Dos 19 guias iniciais, o Parque Arqueológico do Vale do Côa passou a dispor de apenas seis, o que inviabilizou visitas de alunos de escolas no Verão passado e contribuiu para acentuar mais ainda a tendência de queda no número de visitantes das gravuras paleolíticas do Côa. A ministra da Cultura destacou a importância do documentário de Jean-Luc Bouvret, argumentando que “importa ajudar os portugueses a tomarem consciência do carácter mundial desse património”, do seu “carácter único” e “do privilégio que é para Portugal tê-lo”. “São 17 quilómetros de gravuras a céu aberto”, que constituem um tesouro arqueológico de arte rupestre já incluído na lista de Património Mundial da Humanidade da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Congratulando-se com o facto de vários intervenientes no documentário se referirem àquele património como “um monumento”, Isabel Pires de Lima referiu a necessidade de se “manter um equilíbrio entre salvaguarda e divulgação” e frisou que o Ministério da Cultura (MC) “está agora a apostar na região” através, “da construção, finalmente, do Museu do Côa”.
“Uma boa parte do PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central) – contido, como sabem – do Ministério da Cultura, este ano e no próximo ano, está dirigido para a construção do Museu do Côa”, que será inaugurado em 2008, garantiu a ministra. Indicando que o MC “ficaria muito satisfeito” caso houvesse investimento de privados no projecto, a responsável revelou que o ministério “está agora a fazer contactos no sentido de obter apoios privados para o tratamento da envolvente do museu”.


O Parque Arqueológico do Côa tem vindo a registar menos visitas
O Parque Arqueológico do Côa tem vindo a registar menos visitas


Data de publicação: 2007-11-27 00:00:00
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