Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 409 de 2007-11-27 |
Alunos e professores pintam campos desportivos da escola do Tortosendo
No Tortosendo, as aulas de Educação Física continuam envoltas em polémica. Depois da recusa do Ministério em construir um novo pavilhão, os alunos têm actividades nos campos da escola que estão em más condições. Daí terem deitado mãos à obra e pintado as marcações em um deles.
> Notícias da CovilhãUm grupo de alunos e professores da Escola EB2/3 do Tortosendo teve uma manhã bem diferente do habitual na passada semana. Uniram-se, pegaram nos pincéis e na tinta, e foram pintar as linhas de um dos campos desportivos exteriores ao estabelecimento de ensino. Porquê? Porque segundo eles, os mesmos apresentam condições “lamentáveis” para a prática da disciplina de Educação Física.
Com este medida, alunos e professores tentaram chamar a atenção para a necessidade de construção de um novo pavilhão gimnodesportivo local. Que já fora recusado no ano passado pelo Ministério da Educação, que dizia que as aulas deveriam ocorrer no pavilhão do Unidos, isto depois de meses de polémica e troca de acusações entre os responsáveis da escola e do clube. É que a instituição de ensino continuava a reivindicar um novo espaço para a prática desportiva, depois de, durante algum tempo ter ficado privada do pavilhão do Unidos por falta de condições do mesmo. A infra-estrutura foi para obras, mas após as mesmas, a escola recusava voltar para lá porque dizia não ter orçamento suficiente para suportar uma renda que, segundo as contas da escola, andava pelos 80 euros diários. Para além disso, a escola não concordava com o facto dos alunos terem que sair do recinto escolar para a via pública de modo a chegar ao pavilhão do Unidos, pois isso punha em causa “a segurança e o sistema de protecção dos alunos”. Em resposta, o clube, em comunicado, garantia que o seu recinto desportivo tinha “óptimas condições para a prática do desporto” e que o protocolo estabelecido por ambas as partes, antes das obras que se realizaram no pavilhão, nunca tinha sido “motivo de discórdia”, lembrando que o Unidos sempre se tinha mostrado “disponível para a prestação deste e doutros serviços públicos”.
Pondo termo à discussão, tempos mais tarde, o Director Regional de Educação do Centro, José Manuel Silva, dizia que a construção de um novo pavilhão “não se justifica” porque em frente à escola havia “um pavilhão belíssimo (o do Unidos)”, que preenchia “todos os requisitos necessários para os alunos lá fazerem as suas actividades”. Este responsável afirmava mesmo já ter assinado um despacho autorizando o início das actividades lectivas naquele local.
Segundo fonte da escola, é certo que o Ministério aconselhou à utilização do pavilhão do Unidos, mas o despacho “não faz qualquer referência à segurança doa alunos, que necessitam de sair do recinto escolar e atravessar uma estrada” para acederem ao espaço desportivo. Para além disso, diz esta mesma fonte, “existem limitações de autonomia de gestão do pavilhão pela escola”. Tudo isto fez com que as aulas de educação física sejam apenas dadas no espaço escolar, em campos bastante degradados. Pelo que o grupo de Educação Física já solicitou mesmo em Conselho Pedagógico uma resposta do Ministério relativamente à construção de um novo pavilhão. Como a resposta ainda não chegou, já lá vai um mês, alunos e professores decidiram “minimizar” as más condições que têm ao pintarem as marcações de um dos campos. Num outro existente, a degradação é tanta que, segundo esta fonte, colocar lá alunos seria por “em causa a sua segurança”, pelo que espaço precisa mesmo é de “um piso novo”.
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