Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 408 de 2007-11-20 |
“This is Forever”, She Wants Revenge
Há quem goste, há quem não goste, mas a verdade é que She Wants Revenge regressam com um segundo álbum repleto de boas músicas e uma identidade cada vez mais própria.
> Fabio PereiraOs She Wants Revenge, um duo com sede de nostalgia, são aquele tipo de banda que após um grandioso álbum como foi “She Wants Revenge” repleto de grandes malhas como “Tear us Apart” ou “I Don’t Wanna Fall In Love”, nos deixa na expectativa e com uma insaciável sede de infinitamente mais. Contudo, a pergunta “This is Forever é outro tributo à boa música?”
A resposta é dada ao longo de treze faixas que compõem “This is Forever”, o segundo álbum do duo californiano, que viu a luz do dia nos finais do mês de Outubro. Se antes era notório as pastiches de Bauhaus, Joy Division, The Cure ou Psychedelic Furs nas canções nostálgicas e construídas num rock urbano obscuro dos She Wants Revenge, não é com este segundo álbum que a marca característica desaparece, porque ela continua lá para alívio de fãs e devoradores de boa música.
Quando se pensa que tudo nasceu numa brincadeira de fazer músicas para colocar numa página do infinito My Space, nada faz pensar que os She Wants Revenge pudessem vigorar além de um primeiro álbum, mas eles aí estão mais fortes que nunca e com o rock característico dos anos 80 que Richard Butler, vocalista da banda, nos habituou nos Psychedelic Furs, nas veias de “This is Forever”.
Não é vulgar, não é habitual, não é batido e rebatido, não é indiferente, é um simples álbum que deslumbra por se encontrar na penumbra do monstro comercial que destrói a música e desgraça bandas com a falsa promessa da rica felicidade. “This is Forever” é mais um marco de uma geração de bandas, das quais fazem parte Bloc Party, Arctic Monkeys ou The Editors, que luta numa guerra gloriosa contra o monstro editorial que mata a essência da música. O objectivo é simples e uno, e como slogan “A verdadeira música não nasce para lucrar mas sim para se ouvir e deliciar”.
Pequenas inferências electrónicas ajudam a “colorir” os contornos negros das letras de “This is Forever”, nas quais a voz de Richard Butler cai que nem ginjas. Nada de novo, é verdade, mas nem todos os álbuns têm de ser renovadores para serem bons. Eles têm qualidade simplesmente pela capacidade de nos invadir com sensações novas e transportar para longe do ridículo que muitas vezes a nossa vida se transforma.
O Lisboa Soundz foi o palco de estreia dos She Wants Revenge em Portugal, num cartaz onde figuravam os tão grandiosos The Strokes. Agora, os fãs esperam uma nova visita para que o rock obscuro desta banda californiana os tire mais uma vez do inferno que é a vida e os conduza uma vez mais ao paraíso. E no fim, entre a multidão presente apenas se ouvirá “… please don’t go …”
She Wants Revenge
“This is Forever”
Geffen/ Universal
Multimédia