Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 408 de 2007-11-20 |
Artes digitais estão em falta no curso Arquitectura
O Terceiro Ciclo de Conferências de Arquitectura 2007 é o orgulho da Unidade de Engenharias. Um projecto apoiado pelo Núcleo de Arquitectura da Universidade da Beira Interior que teve como intuito recorrer às novas tecnologias.
> Carla Magalhães“Não há muitas universidades, mesmo as mais conceituadas, que em dois anos já tenham feito três conferências de arquitectura, principalmente com o peso que estas duas sessões estão a ter.” Foi com orgulho que o actual Presidente do NAUBI, Pedro Martins, proferiu estas palavras. A intenção, segundo este responsável, é a de mostrar ao exterior todos os trabalhos desenvolvidos por estes futuros arquitectos, “o que faz com que as pessoas venham à Covilhã, conheçam o curso e vejam a força que os alunos e professores têm a divulgar a nossa Universidade.”
O objectivo de todas as conferências é demonstrar que a formação do arquitecto é feita a partir de todos os estímulos exteriores, sejam eles artísticos ou não, por esta razão é que há uma diversificação da temática em todos os ciclos de conferências. Até porque, segundo o presidente do NAUBI, estas conferências servem, também, para despertar o “bichinho” da arquitectura aos “caloiros”.
As conferências que decorreram de 12 a 16 de Novembro revelaram nomes sonantes da arquitectura Norte e Sul do País que se deslocaram, de forma espontânea, à Covilhã.
Pela terceira vez, estas pequenas palestras funcionaram como uma aula prática onde existiram muitas perguntas e dicas por parte dos convidados.
A novidade foi a nível das novas tecnologias, sendo estas conferências a forma de colmatar o facto de não existir essa componente no curso de arquitectura. A ideia é demonstrar a oposição ao AutoCad, um programa de desenho que trabalha em 2D, tendo como recurso programas de modelação em 3D que são o exemplo de uma panóplia de programas que possam ajudar o arquitecto no seu trabalho. A empresa 3D SIGN foi a apresentação prática deste tipo de programas, onde Alexandre Jacinto, um dos designers desta empresa falou da importância do 3D nas obras arquitectónicas.
Esta empresa é um investimento, visto que os pequenos arquitectos não têm possibilidades económicas de ter um departamento próprio de artes digitais e até porque em Portugal este tipo de designers ainda está em evolução. Desta forma, torna-se imprescindível para todos os arquitectos apostarem nesta área, contudo, segundo Alexandre Jacinto a união entre arquitectura e técnico de artes digitais torna-se complicada, visto que “ é um desperdício de tempo, porque um arquitecto é pago para pensar e para criar e não para estar a debater com ferramentas tecnológicas para resolver um pequeno problema técnico. São espaços, tempos e valores diferentes.”
O designer da empresa 3D SIGN deixou o site oficial como ajuda essencial para todos aqueles que tenham dúvidas e problemas em relação a softwares em 2D e 3D e não só.
Na opinião de um membro da audiência, o Terceiro Ciclo de Conferências de Arquitectura revelou-se extremamente útil não só em relação à apresentação dos inúmeros trabalhos dos arquitectos convidados, mas também no facto de haver um grande esclarecimento acerca das artes digitais que segundo o opinante, “veio demonstrar a necessidade de uma maior formação em termos de artes digitais no nosso curso, visto que se torna essencial no nosso trabalho como arquitecto.”
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