Voltar à Página da edicao n. 406 de 2007-11-06
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O presidente da ANIL volta a lembrar os problemas da indústria têxtil

Fim das quotas chinesas pode levar mais fábricas à falência

A Comissão Europeia vai acabar com as quotas de importação de têxteis da China no início do próximo ano. Por isso, segundo José Robalo, da ANIL, o receio de um maior aumento do desemprego no sector “é real”.

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O receio de um maior aumento do desemprego no sector “é real”, com o anúncio da Comissão Europeia de que vai acabar com as quotas de importação de têxteis da China no início do próximo ano. Nomeadamente na região. O alerta é dado por José Robalo, presidente da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios e da Federação da Indústria Têxtil e do Vestuário.
A confirmação de que as limitações para a importação que existem para alguns produtos vão acabar foi feita na última quarta-feira. Em substituição das quotas, a Comissão Europeia e o Ministério do Comércio Externo chinês acordaram em instalar um sistema conjunto de vigilância das importações. Mecanismo que, no entender de José Robalo, “obviamente não vai funcionar”. Para além disso, incide sobre “poucas categorias”
O sistema prevê monitorizar oito das categorias abrangidas até agora por quotas. As camisolas de manga curta, camisolas, calças para homem, blusas, vestidos, soutiens, roupa de cama e artigos em linho.
José Robalo lembra o que aconteceu em 2005, quando a União Europeia acabou com as quotas de todos os artigos têxteis. “É ver quantas empresas fecharam, quantas pessoas ficaram sem emprego. Há uma grande diminuição de encomendas, porque as grandes vão para os países asiáticos. Aqui andamos a trabalhar nos nichos de mercado”, frisa.
Sem a implementação das medidas de salvaguarda que se reivindicavam, foram estipuladas quotas para 12 produtos, que em poucos meses, depois da liberalização, aumentaram 500 ou mil por cento o volume de exportações. “Houve produtos que, entre Janeiro e Junho de 2005, aumentaram mais de mil por cento as importações”, lamenta, ao lembrar as consequências na indústria do País e porque se trata de “concorrência desleal”.
“Em 2005 foram importados da China 700 milhões de pares de calças. Acha que fica alguma coisa para as nossas empresas?”, acentua José Robalo. Com a liberdade total no mercado, teme que os poucos artigos com mais margem para serem comercializados, registem também uma quebra da produção, devido à ausência total de quotas, e as consequências no sector se agravem.
Apesar de achar que estas limitações não resolvem o problema, que passaria por outro tipo de medidas, entende que as quotas têm um efeito dissuasor, na medida em que existe sempre o receio nos exportadores chineses que ela esteja prestes a ser atingida e fiquem com receio de que as encomendas fiquem retidas na alfândega. O que vai deixar de acontecer.


O presidente da ANIL volta a lembrar os problemas da indústria têxtil
O presidente da ANIL volta a lembrar os problemas da indústria têxtil


Data de publicação: 2007-11-06 00:00:15
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