Obras em breve afastam ameaça de encerrar Pião

O Parque de Campismo do Pião já não corre o risco de encerrar. A ameaça chegou a pairar depois de uma visita em Setembro da Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE) às instalações, onde detectou que a estrutura funcionava sem o necessário alvará. Entretanto, a Câmara da Covilhã emitiu uma licença provisória de 12 meses e o parque vai entrar em obras, que se espera estarem concluídas dentro de dois anos.

Segundo António Rebordão, presidente da Assembleia Geral do Clube de Campismo e Caravanismo da Covilhã, o Pião tem “óptimas condições”. “Tanto assim é que ainda este Verão esteve sempre cheio com gente de todo o lado e tem sempre pessoas todo o ano”, realça. Mas acrescenta que o parque pode ser melhorado. Aliás, uma intenção que a direcção já tinha.
“Sabíamos que não estava legalizado e isso estava a ser tratado, para o problema ser resolvido em definitivo. Já estávamos em negociações para avançar com as obras. A ASAE só veio obrigar a uma decisão imediata”, salienta António Rebordão, que é também presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria.
A inspecção exigiu a construção de mais um balneário, a que a legislação obriga, tendo em conta a dimensão do espaço, uma recepção com outras condições, a instalação de bocas de incêndio e um balneário autónomo para a piscina.
As intervenções previstas pela direcção vão mais além. No parque existem dois balneários, mas um vai ser deitado abaixo e reconstruído e construído um novo. Nos planos está também o melhoramento do restaurante e do bar, que consideram não estarem em condições. Obras cujo orçamento se calcula em 400 mil euros (80 mil contos”.
“Não temos esse dinheiro”, admite António Rebordão. Por um lado, espera-se o apoio da autarquia. A solução passa também pela mobilização dos cerca de dois mil sócios. A quem foi proposto, na Assembleia Geral realizada na passada sexta-feira, 26, o pagamento de uma quota suplementar de 15 euros durante três anos, para ajudar a suportar os custos. Medida aprovada pelos associados.
O projecto, encomendado pela Câmara da Covilhã, está quase concluído. “Só faltam pormenores e as especialidades”, explica o presidente da Assembleia Geral, para quem as obras mais urgentes são os balneários com o saneamento.
A ideia é tentar que alguns trabalhos comecem ainda neste período de Inverno, porque no Verão são permitidas obras e têm de ser interrompidas.
De portas abertas há 25 anos, o Clube de Campismo do Pião está aberto todo o ano e os sócios rondam os dois mil. Dos quais 200 são utentes permanentes. Ou seja, têm a caravana o ano inteiro no parque. “É um sítio com óptimas condições para o campismo no Verão e no Inverno, que faz muita falta e nunca esteve sem gente. Não é por acaso que nos encontros da neve vêm multidões que elogiam”, acentua António Rebordão.
“Depois das melhorias, o parque será ainda mais atractivo, um dos melhores do País”, prevê. E acrescenta que neste momento “os sócios podem ficar descansados”, porque o problema vai ser resolvido.
Quanto à deslocação dos fiscais, António Rebordão estranha. Suspeita mesmo que se tenha tratado de denúncia. Mas sublinha a “compreensão” da ASAE, que optou por dar um prazo de 60 dias para apresentar a documentação necessária, o que já foi feito, em vez de encerrar de imediato a estrutura, localizada a quatro quilómetros da Covilhã, na estrada para a Serra da Estrela.