Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 406 de 2007-11-06 |
“A indústria só nos procura se nos reconhecer competência”
Os novos cursos de Informática e toda a investigação que ganha cada vez mais reconhecimento dentro do País e fora das fronteiras são alguns dos aspectos abordados pelo presidente do Departamento, em entrevista ao Urbi.
> Eduardo AlvesUrbi@Orbi – A Informática tem vindo a assumir um papel fundamental em todos os sectores. Mas é também uma área onde se necessita de uma actualização constante. O ensino e a investigação da UBI, nesta área, estão no bom caminho?
Mário Freire – O nosso projecto de ensino-aprendizagem está estruturado em três ciclos de estudo, todos adequados no âmbito do Processo de Bolonha. A captação de alunos ao nível do primeiro ciclo é extremamente importante, não só pelo aspecto do financiamento, mas também pelo facto de os futuros licenciados poderem ser candidatos naturais ao segundo e terceiro ciclo de estudos, viabilizando, desta forma, o funcionamento dos três ciclos de forma sustentada. Ao nível do terceiro ciclo, o ensino e a investigação estão completamente interligados. Neste ciclo, o ensino é orientado para a investigação. Por outro lado, as actividades de investigação assentam em três grandes pilares: ter alunos de mestrado, doutoramento ou investigadores no âmbito de projectos de I&D, ter projectos de I&D com financiamento para suportar as actividades de I&D em curso e ter infra-estruturas de apoio adequadas. Estas actividades de investigação estão a resultar numa produção científica de qualidade, avaliada e reconhecida internacionalmente.
U@O – Relativamente à procura deste tipo de formação por parte dos alunos. Qual é o balanço que faz?
M. F. – Em relação à Licenciatura em Engenharia Informática, o nosso projecto foi pensado para formar engenheiros de concepção, ou seja, formar profissionais que deverão adquirir as competências associadas ao grau de Mestre, embora os estudantes possam ingressar no mercado de trabalho como Licenciados (ao fim de 3 anos). Na minha opinião, é um requisito necessário à formação de engenheiros de concepção a imposição obrigatória da disciplina de Matemática como disciplina de acesso, de forma isolada ou em combinação com outras disciplinas consideradas adequadas. Apesar de esta imposição ser bastante selectiva, o curso de Engenharia Informática tem tido uma grande procura. No ano passado entraram 42 alunos, este ano preenchemos a totalidade das 55 vagas. Mas não é só a quantidade que importa. Embora esta seja importante do ponto de vista do financiamento, a qualidade também é importante. A este nível, temos tido um conjunto significativo de muito bons alunos.
Em relação à Licenciatura em Tecnologias e Sistemas de Informação, esta resultou da adequação da Licenciatura em Ensino da Informática. Esta nova Licenciatura tem um perfil diferente do da Engenharia Informática, pelo que as condições de acesso, em termos de disciplinas, também deveriam ser diferentes. Contudo, este ano não foi possível termos essa diferenciação nas disciplinas de acesso em relação à Engenharia Informática, o que resultou numa menor procura por este curso, o qual, ainda assim, teve 20 candidatos colocados.
U@O – Este ano, a UBI apostou num novo curso, o de Tecnologias e Sistemas de Informação. Contudo, esta licenciatura não teve a procura desejada. É uma aposta para continuar ou pretendem repensá-la?
M. F. – O perfil da Licenciatura em Tecnologias e Sistemas de Informação resulta da conjugação dos perfis de Tecnologias da Informação e de Sistemas de Informação definidos no ACM/AIS/IEEECS Computing Curricula 2004 - Overview Report, A Guide to Undergraduate Degree Programs in Computing. Enquanto que o perfil da Licenciatura em Engenharia informática dá grande relevância à teoria, aos princípios e à inovação, o perfil da Licenciatura em Tecnologias e Sistemas de Informação coloca ênfase em aspectos práticos, tais como aplicação, instalação, configuração e integração de tecnologias. A esta diferenciação de perfis deve corresponder uma diferenciação em termos de disciplinas de acesso ao ensino superior. O que aconteceu este ano foi que tivemos as mesmas disciplinas de acesso para ambas as Licenciaturas, sendo sempre necessária a disciplina de Matemática, o que restringiu o alvo dos potenciais candidatos à Licenciatura em Tecnologias e Sistemas de Informação. Esperamos que no próximo ano este problema seja resolvido.
“Tem-se notado uma intensa actividade de investigação”
“Estamos a dar um forte impulso às unidades I&D”
Perfil de Mário Freire
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