Voltar à Página da edicao n. 405 de 2007-10-30
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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> <strong>José Geraldes</strong><br />

Semana do bebé, Europa e Montalto

> José Geraldes

1. A Semana do Bebé, a decorrer na Cova da Beira, com o epicentro na Covilhã constitui uma iniciativa feliz do Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência e Serviço de Pediatria e Neonatologia do Centro Hospitalar. A ideia inspirada numa iniciativa do mesmo teor da cidade de Canela do interior do Brasil no Estado do Rio Grande do Sul, prima pelo mérito de chamar a atenção e de responsabilizar os pais e a sociedade em geral para todos os problemas referentes aos bebés.
O tema desta primeira semana- a natalidade - não podia ter sido melhor escolhido dada a sua considerável importância nos tempos modernos. E também porque se trata de um tema transversal a toda a sociedade com implicações nas políticas da família.
A natalidade transformou-se em Portugal e na Europa num problema cuja solução não pode continuar a ser adiada para as calendas gregas. Daí que os governos não metam a cabeça na areia para ignorar as terríveis consequências que podem advir por não se encarar com coragem o problema. Problema altamente preocupante.
A queda da natalidade começou nos anos 60 do século passado atingindo um nível baixo nos anos 90. Actualmente em Portugal a percentagem de nascimentos situa-se na taxa de 1,4 filhos por mulher em idade fértil.
O fenómeno apresenta traços comuns em toda a Europa. Mas é curioso verificar que países ricos têm uma taxa de natalidade superior à portuguesa: França com 1,94, Dinamarca 1,8. Já Espanha está com a taxa de 1,35, a Itália com 1,31 e a Polónia com 1,24.
Ora a taxa de substituição de gerações é de 2,1. A situação adquire contornos dramáticos e exige medidas urgentes. A socióloga Ana Nunes de Almeida sublinha, a propósito, que “deviam compensar-se os corajosos que todos os dias têm filhos, mesmo os pais de um único filho ou de dois filhos.”
Mas como compreender que o Orçamento de Estado de 2008 continue com a injustiça de não permitir que os pais casados não possam deduzir nos impostos seis mil e 500 euros por filho? E que pais em união de facto ou outro estado civil possam fazê-lo?
2. A presidência portuguesa da União Europeia conseguiu a aprovação dos seus 27 membros do Tratado Reformador que passa a ser conhecido por Tratado de Lisboa. Estamos perante um facto histórico que traça o futuro da Europa ou seja de todos nós.
A Covilhã fica associada a este acontecimento pelo primeiro-ministro José Sócrates que se empenhou a fundo e em total dedicação nesta tarefa. A aprovação que se apresentava com dificuldades é mérito justo de Sócrates. E, por isso, de Portugal.
A Europa dispõe, agora, de um instrumento para avançar para novos horizontes e se tornar uma grande potência civil com mais autoridade para intervenções em favor da paz.
O Tratado não prefigura a Europa federal com que muitos sonhavam nem o ideal dos seus pais fundadores. Mas oferece solidamente novas oportunidades para os dirigentes políticos de quem se espera novo espírito de ambição. E de maior integração dos cidadãos na Europa.
3. No Dia da Cidade, a autarquia covilhanense optou por homenagear, este ano, apenas, uma pessoa: Artur de Almeida Campos. Foi um acto de inteira justiça para com um homem que vindo de Fajão levou a Covilhã e todo o distrito de C. Branco a ter, em tempos de deserto, as melhores unidades turísticas da época.
Com ousadia e vistas largas, Artur de Almeida Campos foi um precursor e um promotor do turismo da Serra da Estrela e toda a Beira-Baixa e um cidadão consciente dos seus deveres.
O mítico Café Montalto, no Pelourinho, imortalizado no romance também do covilhanense Manuel da Silva Ramos constitui um ex-libris da Covilhã e do seu fundador agora com o nome perpetuado em placa adequada.


Data de publicação: 2007-10-30 00:00:00
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