Aluno da UBI vence prémio Village

A palavra suicídio serve de base ao “Lazarus”, um filme de dez minutos realizado por Filipe Carvalho, estudante do terceiro ano do curso de Cinema da UBI e que conseguiu o primeiro prémio no Festival Village Xpress.

Desde cedo que um dos maiores hobbies de Filipe Carvalho foi o Freestyle de futebol. Troques feitos com uma bola que levavam horas a preparar até tudo dar certo. Paixão, gosto e muito tempo dedicado tinham, segundo este aluno do terceiro ano de Cinema da UBI, de ser partilhados. Quando o seu pai comprou uma câmara de filmar, Filipe Carvalho descobriu o instrumento perfeito para captar as suas primeiras imagens e tornar-se realizador de um filme onde era, ele mesmo, o actor principal.
Muitos vídeos de futebol depois e três anos a frequentar o curso de Cinema levaram Filipe Carvalho a embarcar na aventura de realizar a sua primeira curta-metragem. Dez minutos de filme dão vida ao “Lazarus”, obra que, paradoxalmente “fala do suicídio”. Foi com este filme que Filipe Carvalho venceu agora o Festival Village Xpress.
O “Lazarus”, surge, segundo o aluno da UBI, “da adaptação que um guião que tinha escrito logo no primeiro ano”. Uma história mais complexa, mais longa e com mais significados. Só que surgiu a oportunidade de entrar num dos festivais de cinema mais conceituados do País “e a partir daí tive de adaptar o guião para os dez minutos máximos”.
“Lazarus” é uma curta-metragem “inteiramente rodada na minha terra natal, que é Vouzela”, explica Filipe Carvalho. Um filme que conta com a participação de cinco personagens que “retractam a vida de muitas pessoas”. No filme podem ver-se a hipocrisia, a felicidade, a consciência, inclusivamente a morte, que aparece como um palhaço e a personagem principal que é o dia-a-dia.
Uma produção feita em tempo recorde “e com orçamento reduzido”. Feitas as contas, o aluno do terceiro ano de cinema gastou apenas uma semana para rodar todo o filme e editá-lo. Pelo meio “milhares de peripécias, desde o material que não podia ser cedido, até aos computadores que não era compatíveis com os equipamentos onde estava o filme”. Aconteceu de tudo um pouco ao jovem realizador que recorda agora com alguma graça as peripécias desta rodagem.
Filipe Carvalho conseguiu “com pouco mais de 75 euros dar vida a um projecto que vinha amadurecendo há muito”. Tão baixo orçamento deve-se sobretudo “à criatividade”. À falta de uma câmara de filmar profissional, o jovem realizador teve de se socorrer “da câmara de um amigo”. Uma solução também adaptada, por exemplo, para as luzes. Como não tinha o equipamento de iluminação desejado, “uns arames e uns projectores geralmente utilizados na construção civil” serviram para que Filipe desse luz a este projecto. Um filme que concorreu com 44 produções e saiu vencedor da última edição do Village Xpress.