Voltar à Página da edicao n. 402 de 2007-10-16
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 

Transformers

A adaptação cinematográfica da série de animação da década de 80, realizada por Michael Bay, estreou a 4 de Julho e bateu mesmo alguns recordes de bilheteira.

> Joana Barata

Transformers é uma experiência perfeita para quem gosta de movimento e efeitos especiais. Com uma sonoplastia que decorre a um ritmo verdadeiramente alucinante, esta adaptação para o cinema dos robots da Hasbro, extremamente populares da década de 80, resultou no filme ideal para as sessões de domingo à tarde.
A história é relativamente simples de perceber, até porque se assim não fosse facilmente se perdia o fio à meada ao encarar com a deslumbrante Megan Fox. A barriga perfeita da actriz representa um verdadeiro bónus para aqueles que, como eu, não apreciam a catadupa de efeitos especiais que nos entram pelos olhos dentro.
Contudo, o novo filme de Michael Bay representa mais uma luta entre o bem e o mal onde, previsivelmente, o espectador já conhece o desfecho. Como os bons ganham sempre, resta saber como e para quando está agendada a vitória. Enquanto os nobres Autobots lutam para salvar o nosso mundo, os maus da fita, conhecidos por Decepticons, pretendem escravizar os humanos e utilizar um poderoso cubo para criar novos robots e restabelecer o antigo império de Cybertron. A chave para encontrar o cubo reside nos óculos do tetravô do jovem Sam Witwicky (LaBeouf), um conhecido aventureiro que havia descoberto no Árctico o corpo do líder dos Deceptions, o vilão Megatron.
Enquanto tentam recuperar o cubo, um grupo de jovens procura evitar que os Estados Unidos entrem em guerra contra a China e Coreia do Norte, identificados equivocamente como os responsáveis pelos distúrbios causados pelos Decepticons. Este é, aliás, um elemento que merece destaque, já que pode ser identificado como uma forte crítica ao governo norte-americano que pretendia lançar um ataque a estes dois países mesmo sem ter qualquer tipo de certeza ou confirmação. Qualquer semelhança com a invasão do Iraque não é pura coincidência. Todavia, verifica-se uma feliz articulação entre os momentos de acção e de humor, bem ao estilo do produtor Steven Spielberg. As frequentes explosões e as sucessivas lutas entre robots de mais de dez metros combinam com cenas verdadeiramente hilariantes. Transformers não é somente um filme de robots. Antes de mais é um filme sobre um adolescente e o seu primeiro carro, envolvido inadvertidamente no meio de uma invasão espacial.
Porém, é impossível não reconhecer a eficiência de Transformers no que refere aos efeitos visuais e aprumo no detalhe. O que não se entende tão bem é o porquê das personagens secundárias serem completamente esquecidas no final do filme. Os jovens estudantes que preencheram uma boa parte de 144 minutos de exibição ficaram sem uma única referência no epílogo. Mereciam mais.






Data de publicação: 2007-10-16 15:59:11
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