Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 402 de 2007-10-16 |
Mil milhões de euros para a região
Mais de 500 projectos estão pensados para mudar a face da região. Este conjunto de novas infra-estruturas dá forma ao Plano de Desenvolvimento Estratégico da Comurbeiras (Comunidade Urbana das Beiras). Um projecto orçado em cerca de mil milhões de euros.
> Eduardo AlvesO plano é arrojado e as promessas são muitas. A receita dá um bom prato político e vai servir, com toda a certeza, para alimentar muita campanha eleitoral. Trata-se pois do Plano de Desenvolvimento Estratégico da Comunidade Urbana das Beiras. Um título bem composto, para encabeçar um cardápio onde não faltam aeroportos, pontes, hotéis, estradas e obras para todo o gosto e feito no aspecto político.
Carlos Pinto, presidente da Câmara Municipal da Covilhã e também da Comunidade Urbana das Beiras (Comurbeiras) apresentou aquele que se espera ser “um plano estratégico para o futuro”, na última Assembleia Municipal da Covilhã. O social-democrata colocou um sorriso rasgado nos deputados “laranjas”, em maioria neste hemiciclo, levou o silêncio à bancada do Partido Socialista e ganhou um “franzir de olho”, um forte sentido de dúvida, dos deputados eleitos pelo Partido Comunista Português e Bloco de Esquerda. Foi pela explicação do edil covilhanense que os deputados da Assembleia Municipal da Covilhã ficaram a conhecer o destino dos próximos fundos comunitários, e a aplicação destes na região da Beira Interior.
Segundo Carlos Pinto, presidente da Comurbeiras, estão pensados 552 projectos para serem implementados por toda a área. Para financiar estas obras, estão os fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), com uma dotação global de 996 milhões de euros dedicados à Comunidade Urbana das Beiras. Todo o plano foi desenvolvido em parceria com uma empresa de consultadoria, de capitais privados, que enquadrou, segundo o responsável político pela comunidade, “os fundos disponíveis, nas obras dos 13 municípios”. Nesta explicação pormenorizada aos deputados municipais da Covilhã, que deverá ser também extensível às 12 outras assembleias municipais, Pinto recorreu mesmo a uma animação informática para dar a conhecer os projectos futuros. Intervenções que estão subdivididas em cinco eixos estratégicos, que são os do “Património Histórico, Turismo e Ambiente”, “Produtos do Território”, “Posicionamento Transfronteiriço”, “Inovação e Competitividade” e “Coesão Social e Territorial”.
A Serra da Estrela parece, nas palavras do social-democrata, ser uma das áreas para onde se pretende canalizar mais verbas. A construção de mais infra-estruturas na estância de montanha das Penhas da Saúde, num total de seis milhões de euros, a construção das telecabines e a requalificação da estância de esqui, do Covão d’Ametade e do Covão da Ponte e, ainda, a candidatura do Vale Glaciar do Zêzere a Património Mundial da Unesco são alguns dos projectos pensados para a mais alta montanha de Portugal.
Carlos Pinto mostrou-se convicto de que “este plano de desenvolvimento é para levar até ao fim”. Todo o projecto está agora a ser apresentado e discutido nas assembleias municipais dos concelhos da Covilhã, Belmonte, Fundão, Penamacor, Almeida, Celorico da Beira, Guarda, Figueira de Castelo Rodrigo, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal e Trancoso, os quais compõem a Comurbeiras. Este projecto tem a sua aplicação entre 2007 e 2013, mas carece ainda da luz verde Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) e do Governo.
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