Voltar à Página da edicao n. 397 de 2007-09-11
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Centro Hospitalar da Cova da Beira reduz prejuizo

O desempenho económico do Centro Hospitalar da Cova da Beira melhorou relativamente ao primeiro semestre do ano passado mas continua a ser negativo. A nível nacional, apenas 8 dos 35 hospitais com gestão empresarial (EPE - Entidade Pública Empresarial) conseguiram contas positivas.

> Ricardo Morais

Segundo os números do Ministério da Saúde, os 35 Hospitais Entidades Públicas (EPE) diminuíram o prejuizo em mais de 57 por cento, comparativamente ao primeiro semestre do ano passado. No entanto, apenas oito conseguiram resultados positivos. O CHCB, que na Beira Interior é o único com modelo de gestão empresarial, também melhorou significativamente os resultados, mas estes continuam negativos.
Os dados da Administração Central do Sistema de Saúde não deixam dúvidas quanto à diminuição das contas dos EPE. O estudo incidiu sobre "as diferenças relativas à especialização de proveitos e custos entre o primeiro semestre de 2006 e 2007, tanto ao nível de proveitos como de custos, nomeadamente no que se refere à contabilização de amortizações e provisões".
De acordo com os parâmetros avaliaados pelo estudo, o CHCB melhorou, passando de um défice líquido de cerca de quatro milhões de euros em 2006 para cerca de dois milhões, ou seja, menos de metade do que no ano anterior. Desta forma, a variação entre 2006 e 2007 é de 54,6%, ou seja, 2.560 milhões de euros.
A redução das contas é significativa e pode verificar-se também ao nível do consumo do CHCB. Assim, as contas referentes aos consumos baixaram dos 5.649 milhões de euros em 2006 para os 5.429 milhões de euros em 2007, reflectindo um desvio em relação ao que estava orçamentado para os seis meses, ou seja, menos 220 mil euros. Os resultados positivos repetem-se também na análise dos fornecimentos e serviços externos, descendo dos 6.468 milhões de euros para os 5.378.
Numa perspectiva geral, só mesmo nos custos com o pessoal é que o Centro Hospitalar não conseguiu inverter a tendência de redução dos valores. Assim, os custos acabaram por subir dos 16.914 milhões de euros para os 17.033 milhões.
O CHCB melhorou a prestação relativamente a 2006 mas ainda existem áreas que podem ser alvo de uma optimização ao nível dos custos. João Casteleiro, o director do CHCB, afirma que "o que há para correr bem são várias medidas de contenção e racionalização de custos, por exemplo, na área do medicamento. É uma área sensível dentro da saúde e é evidente que se houver muito cuidado e boas práticas é possível uma optimização, evitando o desperdício”. Os recursos humanos absorvem a maioria dos custos, mas há também outras áreas “onde é necessário ter atenção aos números” salientou o director. "A revisão de contratos de manutenção, alimentação, segurança e limpeza também têm permitido baixar as despesas, acrescenta".
Dos 35 hospitais EPE, apenas oito registaram um resultado líquido positivo, com destaque para o Hospital de São João e para o Instituto Português de Oncologia do Porto, com lucros a rondar os nove milhões de euros cada. Contundo, a informação do desempenho económico dos 35 hospitais EPE adianta que o resultado operacional foi negativo em 145 milhões de euros, isto é, menos 56% que nos primeiros seis meses de 2006. Refira-se que estes números surgem poucos dias depois de o Ministério da Saúde ter apresentado às administrações dos hospitais EPE o objectivo de, dentro de dois anos, 25 das 35 unidades hospitalares apresentarem resultados positivos.







Data de publicação: 2007-09-11 00:00:03
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