AAUBI contra sistema de empréstimos aprovado pelo Governo

A Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) está contra a medida, aprovada na passada semana pelo Governo, que prevê a criacção de um sistema de empréstimos para os estudantes do Ensino Superior. A Federação Académica do Instituto Politécnico de Castelo Branco, pelo contrário, mostra-se a favor da medida do executivo.

"O caminho para a desresponsabilização do Estado no Ensino Superior". É com estas palavras que, Fernando Jesus, presidente da AAUBI, fala da medida aprovada pelo Governo. Criar um sistema automático de empréstimos para os estudantes do Ensino Superior até 25 mil euros é a proposta aprovada pelo executivo. Os créditos serão concedidos sem garantias e com juros mais baixos para alunos com melhores notas.
José Sócrates afirmou que com esta medida o Governo procura "criar melhores condições de acesso ao ensino superior e mais condições de justiça social e igualdade de oportunidades". No final da reunião do Conselho de Ministros que aprovou o decreto-lei, o primeiro-ministro afirmou ainda que assim se cria "um sistema específico de empréstimo a estudantes e bolseiros do ensino superior".
A medida levantou muitas dúvidas e questões pelas associações académicas do país relativamente ao papel que a acção social teria de futuro. Nesse campo, José Sócrates salientou que, "não se trata de substituir a acção social escolar, é algo mais, que a aumenta e complementa".
Mariano Gago, o ministro do Ensino Superior, adiantou que as verbas para a acção social escolar, serão reforçadas no Orçamento de Estado para 2008.
O presidente da AAUBI, Fernando Jesus, tem dúvidas relativamente às intenções do Governo. O dirigente estudantil da Universidade da Beira Interior (UBI) acredita que este é o primeiro passo para que no futuro a acção social acabe. "Apesar de não o admitirem, esta medida foi criar uma porta aberta para a alteração futura da Acção Social na próxima legislatura, após as legislativas de 2009".
O presidente da AAUBI apela aos estudantes que vejam o crédito como "o último dos recursos", pois considera que "a prioridade na ajuda aos alunos com menos condições financeiras deve ser através dos Serviços de Acção Social".
Por sua vez, João Abrantes, presidente da Federação Académica do Instituto Politécnico de Castelo Branco (FACB), concorda com esta medida do Governo de José Sócrates. "A FACB sempre foi a favor do crédito bonificado para estudantes". Federação Académica que afirmou "disponibilizar-se para auxiliar nos aspectos burocráticos de candidatura ao crédito".
Outra das questões que gerou muita polémica foi o possível aumento das propinas face a esta medida aprovada pelo Governo. O primeiro-ministro José Sócrates esclareceu no entanto que o novo sistema "nada tem que ver com o aumento de propinas". O novo sistema de empréstimos, que estava previsto desde 1997 mas nunca tinha sido aplicado, "vai muito para além do pagamento de propinas, permitindo financiar toda a vivência universitária.
Note-se ainda que o pagamento do empréstimo deve iniciar-se, no máximo, um ano após a conclusão dos estudos, o que para os responsáveis académicos é um prazo demasiado curto, face à situação de empregabilidade dos jovens licenciados em Portugal.

> stephanedoliveira @ hotmail . com em 2007-08-31 15:25:20
Isto só vai resultar no endevidametno do país. Peguem nas malas...