Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 390 de 2007-07-24 |
Cerca de um mês após o debate público sobre o centro da cidade, o Movimento Cidadania Covilhã apresentou um documento com as conclusões daquela iniciativa.
Como os próprios organizadores reconhecem, o problema não é fácil de resolver, nem existem soluções rápidas. E esse é, provavelmente, o maior de todos os problemas. Os serviços e estabelecimentos comerciais que ainda dão alguma vida ao centro da cidade têm registado um acentuado decréscimo na procura, e os seus proprietários dão mostras de não conseguirem suportar a situação durante muito mais tempo. Pouco a pouco, as lojas têm vindo a encerrar, tornando a situação ainda mais difícil para os que ainda acreditam na revitalização do Pelourinho.
As sugestões apresentadas pelo Movimento Cidadania Covilhã foram agrupadas em três eixos: habitação, serviços e espaço público. Com mais ou menos impacto, mais ou menos investimento, trata-se de um interessante conjunto de propostas que poderão ajudar a Câmara na resolução de um problema que afecta também outras cidades: a desertificação do centro da cidade.
Se o documento agora apresentado é um excelente contributo para a discussão deste problema, o Movimento Cidadania Covilhã é um notável exemplo de participação cívica. Não se trata de mais um grupelho político travestido de movimento de cidadãos, mas de um grupo de pessoas que, desinteressadamente, quer contribuir para o bem-estar comum. Este movimento é uma expressão da vontade de participar na vida da cidade, uma prova de amor de um grupo de cidadãos à sua terra. Espera-se que a autarquia saiba estimar e valorizar este movimento, olhando-o como um seu aliado. Se assim não for, a cidade desperdiça um valioso recurso e não me parece que estejamos em situação de o fazer.
> lfa_coelho @ hotmail . com em 2007-07-31 12:12:24
Caro professor:
É certo que este tipo de movimentos é uma mais valia para as cidades que os acolhem.
É importante a existência de pessoas desinteressadas, sérias e que se preocupem com a cidade. Cada vez existem menos pessoas assim.
No entanto, é necessário que se apresentem soluções. Depois de diagnosticados os problemas da cidade o que se esperava era que fossem apresentadas soluções, ideias concretas para resolver os problemas. E nisso o MCC falhou.
Apenas dois exemplos: “ tornar o pelourinho numa praça confortável em que a componente cívica prevaleça sobre o trânsito”. Como? De que forma? Corta-se o trânsito?
“Dotar o Centro de espaços de permanência e circulação respeitosos para com os cidadãos, aumentando a área pedonal e os espaços verdes”. Como? Onde se mete um espaço verde no centro? Para aumentar a área pedonal o que se faz às estradas? Mas o problema é falta de estacionamento ou de passeios?
As pessoas não se preocupam muito com estas questões, mas as que se preocupam esperam medidas concretas deste movimento.
E deixo as minhas duvidas se as medidas serão acolhidas pela autarquia… para prejuízo de todos nós.
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