Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 390 de 2007-07-24 |
Comunistas temem que “férias fechem maternidade”
O Partido Comunista teme que com as férias de Verão o Governo aproveite para fechar serviços de saúde na região, entre os quais a maternidade da Covilhã. Um alerta deixado numa altura em que o PCP promove uma campanha em defesa do Serviço Nacional de Saúde.
> Notícias da Covilhã“O encerramento das urgências ortopédicas em Castelo Branco é um indicador”. É assim que Carlos Gonçalves, responsável pela Direcção da Organização Regional de Castelo Branco do Partido Comunista Português (PCP) justifica o temor que partido tem em relação às férias de Verão e às consequências que estas poderão ter na saúde da região. É que o PCP acredita que este período pode ser aproveitado pelo Governo para encerrar serviços de saúde no distrito, nomeadamente algumas valências hospitalares e uma das maternidades, em particular a da Covilhã.
“Esta intenção não é nova, pelo que é de esperar que o processo avance a curto prazo” explica Carlos Gonçalves, que adianta haver “algum fumo no ar” que faz indicar que há “forças para que isso aconteça”. Até tendo em conta a “política de corte de despesas do Governo” na área da saúde, daí que seja importante as populações “se precaverem”. O dirigente comunista espera, com este alerta, ser “uma ajuda a que os médicos tenham razão quando dizem que esta maternidade, na Covilhã, não vai encerrar, devido à qualidade que tem e aos serviços que lhe estão associados, como a Faculdade de Medicina”.
Esta é uma das ideias expressas pelo PCP, que avança este mês, e até Setembro, com uma campanha de esclarecimento e intervenção em defesa do Serviço Nacional de Saúde, dos serviços públicos de saúde prestados à população do distrito e da sua qualificação e melhoria. Tendo como lema “Nem mentiras, nem desculpas”, esta campanha passa pela colagem de vários mupis em diversos concelhos, com palavras de ordem contra o possível encerramento da maternidade da Covilhã, a perca de qualidade do hospital em Castelo Branco, a necessidade de abertura do novo centro de saúde de Vila de Rei ou o fecho das urgências durante 24 horas no Fundão. Uma iniciativa que surge porque “se aproximam momentos gravosos para o Serviço Nacional de Saúde no distrito”.
O PCP insurge-se sobre aquilo a que chama “negócio da saúde”, no País, que atinge fortemente uma região da Beira Interior “envelhecida e desertificada em resultado de muitos anos de políticas erradas e injustas” e que tem sofrido o “mais violento ataque de sempre aos serviços públicos, particularmente na área da saúde”. Lembrando que José Sócrates foi eleito pelo distrito com deputado e que com ele assumiu alguns compromissos, o PCP exige que o primeiro-ministro cumpra as promessas feitas então. E acusa-o de abandonar o Interior quando prepara o encerramento de novas valências no Amato Lusitano, quando pensa em fechar uma maternidade ou acaba com as urgências no Fundão. Sócrates tem “de ser politicamente responsabilizado e censurado pela situação a que se chegou”.
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