Portugal e o mundo

Foi apresentado na Covilhã a mais recente obra de Tessaleno Devezas. O professor da UBI escreveu, em parceria com o jornalista Jorge Nascimento Rodrigues “Portugal – o Pioneiro da Globalização”.

É o ano da graça de 1500 e Lisboa é o centro do mundo. por entre naus e caravelas atracadas junto a Belém, vive-se a azáfama de quem carrega no porão as mais valiosas especiarias ou ouro e de quem, agora parte para rumo ainda pouco certo em busca de fortuna.
Nos bairros típicos da cidade das sete colinas, navegadores, velhos, miúdos e graúdos dão vida e energias às estreitas ruas. Mas é no casario, nas tabernas, na troca de favores e junto dos mais abastados e da corte que todas as jogadas se desenrolam.
E em 1500, um dos muitos espiões, espanhóis, holandeses, italianos, ou outro qualquer, consegue um precioso objecto, um mapa do mundo que era detido pelos portugueses. Este episódio e tantos outros fazem parte do livro de Tessaleno Devezas, docente do Departamento de Engenharia Electromecânica da UBI e Jorge Nascimento Rodrigues, jornalista do Expresso, que tem por título “Portugal – O Pioneiro da Globalização”. O livro foi apresentado ontem, segunda-feira, 9 de Julho no Salão Nobre da Câmara da Covilhã e fala sobre “a globalização, mas não uma globalização como a conhecemos na actualidade, em que toda a gente fala deste conceito sem saber muito bem o que ele significa. É um processo evolucionário”, explica Tessaleno Devezas. O docente da UBI acrescenta ainda que, nesta obra, “analisa-se a ascensão e queda de Portugal no topo da globalização. Há também uma parte do livro que se faz uma análise uma certa especulação de como será o futuro de Portugal na geopolítica global”. Esta obra é uma viagem em 360 páginas sobre o que há em comum entre a grande transição dos séculos XIV a XVI e o que vivemos no passado recente e o que poderá emergir neste século, em Portugal.
Jorge Rodrigues acrescenta que “há todo um trabalho de pesquisa e há também um lado simbólico neste livro”. O jornalista do Expresso diz mesmo que “este é um livro dedicado às gerações futuras”. Para Jorge Rodrigues “aquilo que é essencial nos portugueses é a sua visão globalizante”.
Nesta obra colaboraram ainda Adriano Vasco Rodrigues, Carlos Zorrinho, José Manuel Freire Nogueira, Mário Murteira e Vasco Graça Moura.
Carlos Pinto, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, destacou a importância da publicação e do tema tratado na obra e sublinhou também, “o papel de apoio que a autarquia tem dado aos escritores locais e não só”. Nesse sentido, Pinto adiantou mesmo que a Câmara da Covilhã vai iniciar um ciclo de conferência que terá início já no dia 3 de Setembro e que se vai prolongar até 2008 e que é subordinado ao tema “Portugal moderno, uma visão política” e o primeiro orador já confirmado “é Daniel Proença de Carvalho”, garante o social-democrata.