PSP apela a comerciantes que adoptem medidas preventivas

É importante que os comerciantes adoptem medidas de prevenção passivas, para dificultar os assaltos e furtos nos seus estabelecimentos comerciais. Segundo José Pinto, subcomissário da PSP da Covilhã, a instalação de um sistema de vídeovigilância, de grades metálicas e a boa iluminação da loja são medidas dissuasoras.

As recomendações foram transmitidas na tarde da última semana, durante o colóquio “Segurança e Prevenção no Comércio”, promovido pela Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor.
E se as grades reduzem as oportunidades de delito, José Pinto alerta que têm o inconveniente de dificultar que os comerciantes mostrem os seus artigos na montra. É necessário ponderar os prós e contras. Alguns proprietários sublinham que a instalação dos equipamentos é incomportável. Nesses casos, o responsável da PSP salienta que, pelo menos, a loja deve estar bem iluminada.
Nos últimos meses o centro da cidade foi alvo de alguns assaltos num curto período, o que causa preocupação nos comerciantes. O comissário da PSP garante que a força policial que actua na cidade está a fazer o melhor possível. Adianta que faz vigilância e patrulhamento, tanto com agentes fardados como à civil, em resposta às queixas de falta de policiamento à noite, sobretudo a pé.
José Pinto adianta que os suspeitos de terem assaltado por duas vezes a Singer “foram identificados, detidos e estão em prisão preventiva”. Constatou-se que o grupo era encabeçado por um menor, de 16 anos, já com um vasto currículo criminal.
Quanto aos autores das intrusões nas duas perfumarias do centro da cidade, não há certezas. No entanto, o subcomissário realça que foram detidos e depois libertados quatro romenos em Lisboa, por prática de crimes semelhantes, e mais quatro em Évora, que se encontram em prisão preventiva.
Um tipo de crime facilitado com a melhoria das acessibilidades. “Actualmente há uma deslocação muito fácil, com veículos furtados”, frisa José Pinto. Por isso realça a necessidade de a polícia ter uma acção conjunta com os comerciantes e de estes se precaverem com cuidados redobrados.
A PSP aconselha os proprietários a não colocarem artigos de grande valor na montra e a manter esses produtos mais caros em expositores fechados e compartimentados. É também preferível ter na vitrina apenas as caixas, vazias, a instalar um sistema de aviso de entradas e saídas e um alarme anti-intrusão.
É igualmente recomendável que os depósitos da receita da caixa sejam feitos com frequência e a horas diferentes, que não se deixem acumular grandes quantias, e que se comparem as assinaturas do cartão de crédito com a assinatura num documento.
Aos comerciantes é pedido que tenham especial atenção aos cheques. A assinatura deve ser presencial e deve-se ter atenção quando são passados com valor superior, para a entrega do troco.
Miguel Bernardo, presidente-executivo da Associação Empresarial, sugere que os lojistas trabalhem em rede, trocando informações e suspeitas. E dá o exemplo de quando alguém é burlado avisar os outros, ou no caso de avistarem alguém a rondar algum estabelecimento. O responsável da AECBP frisa a pertinência de alargar no comércio a possibilidade de pagamento com o chamado “dinheiro de plástico”, que implica menos riscos.
Mas o “esvaziamento” do centro, e a perda de movimento, é o principal motivo apontado por Miguel Bernardo para as situações de insegurança. “O abandono traz crime associado”, acentua.
Alguns dos mais de vinte comerciantes presentes já tinham optado por implementar alguns dos sistemas de segurança. Outros queixam-se do preço dos equipamentos. Mas todos reclamam mais policiamento. “O contacto mais directo com a PSP é quando vão lá autuar os clientes que param por momentos para entrar nas lojas”, ironizou a proprietária de um dos estabelecimentos.