Voltar à Página da edicao n. 387 de 2007-07-03
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
> <strong>José Geraldes</strong><br />

Os ventos das eólicas

> José Geraldes

As alterações climáticas devidas ao aquecimento global põem em questão as energias tradicionais por causa do elevado nível de poluição que geram.
Os governos, na procura de soluções consistentes, estão a voltar-se para as chamadas energias limpas.
 O Protocolo de Quioto estabeleceu metas a alcançar e a recente reunião dos países do G8 obrigou a um compromisso de diminuição de 50 por cento das indústrias poluentes até 20050.
A energia eólica ganhou assim uma preferência em todo o mundo. Pois trata-se de uma decisão para salvar as condições de vida no planeta que habitamos. Decisão que merece um apoio sem reservas.
Na Europa, é a Alemanha que detém a maior capacidade de produção com uma capacidade de 30 por cento, seguindo-se a Espanha com 21 por cento. Portugal vai nos 9 por cento com tendência forte para aumentar.
Baseada no aproveitamento dos ventos, a energia eólica produz electricidade sem poluir através de aerogeradores actuando sobre pás. Como temos muitas serras de média altitude e ventos variados, podemos montar parques eólicos em todo o País.
Embora os preços dos equipamentos tenham disparado por causa da procura mundial, esta nova indústria não pára de crescer. E ainda bem. Trata-se de um sinal de que os países já tomaram consciência dos perigos do aquecimento global para a Humanidade.
O Governo português lançou um concurso em 2005 para a atribuição de uma potência eólica em Portugal. O objectivo é que o País não tenha só
capacidade de produzir assim electricidade mas também da criação de uma indústria de equipamentos de formar a garantir a montagem de novos parques e da sua manutenção.
A indústria eólica ganha em todos os tabuleiros. Não polui. Nunca se esgota. E pode criar milhares de novos empregos. E com a possibilidade de facturação de muitos milhões. Aliás, em Portugal já se movimentaram 500 milhões de euros neste ramo de negócio.
Pode objectar-se que corremos o risco de esgotar os espaços físicos para as eólicas. Não será o caso. Mas podemos armazenar a energia eólica reforçando as barragens com sistema de bombagem. Aqui se vê também a importância de não se travar a construção de novas barragens.
Em Viana do Castelo, um “cluster” de eólicas programado para 2008 vai criar de início 1500 postos de trabalho directos.
As câmaras municipais têm na energia eólica uma oportunidade para tornarem os seus concelhos menos poluentes e uma forma de cativar receitas. Do valor de 69 euros por MW/hora, cerca de 2,5 por cento destina-se às autarquias, segundo a Associação Portuguesa das Energias Renováveis.
Investir na energia eólica acaba por ser um dever cívico e ético, pois é garantir um melhor futuro para nós e para as gerações vindouras.
O ataque do Governo à imprensa regional com a redução do Porte Pago tem efeitos financeiros devastadores. Descer de 95 por cento para 60 por cento o apoio para o envio para o estrangeiro e de 70 para 60 por cento para o Território Nacional causa problemas de tesouraria graves.
A única medida para colmatar o problema é aumentar o preço de assinatura e mexer na venda a avulso. Contra a nossa vontade o fazemos. Mas não há alternativa.
Aos assinantes e leitores pedimos a máxima compreensão. Mas não nos conformamos com o Decreto-Lei nº 98 de 2 de Abril último que impôs estes valores penalizando assim os portugueses do estrangeiro e também os do Território Nacional.


Data de publicação: 2007-07-03 00:00:00
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