A universidade “engenhoca”

A segunda edição da iniciativa Engenho 2007, promovida pelo Departamento de Engenharia Electromecânica da UBI, juntou no pavilhão da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL) várias dezenas de objectos desenvolvidos pelos alunos desta área. Mais de meio milhar de pessoas passou pelo certame.

Imagine pequenos pedaços de esferovite a servirem de fuselagem para um avião. Uma ideias que à partida parece não fazer muito sentido, nem muita relação, foi agarrada por alunos de Engenharia Aeronáutica da UBI para criar pequenas aeronaves.
Estes aviões desafiaram, no passado domingo, a Lei da Gravidade e povoaram “os ceús” do pavilhão da ANIL, naquela que foi a segunda edição do Engenho 2007. Uma mostra de trabalhos e de projectos de investigação promovida pelo Departamento de Engenharia Electromecânica da UBI e que contou, este ano, para além dos alunos dos diferentes cursos de Engenharia da UBI, com estudantes de Design Industrial.
Uma iniciativa que não viveu apenas de aviões de esferovite, mas também contou com a presença do carro desenvolvido na instituição covilhanense para a prova Shell Eco-Marathon, e que “esteve toda a tarde a rodar”, garante Francisco Brojó, presidente do Departamento.
Este docente garante que esta edição ficou marcada “pela grande adesão das pessoas ao evento”. Sem se ter feito uma contagem rigorosa “posso garantir que passaram pelo pavilhão da ANIL mais de 500 pessoas”. Para assegurar estas contas, o docente dá como exemplos o concurso para o melhor projecto, que foi realizado por entre o público, “dos 200 boletins de voto que tínhamos feito, esgotaram-se todos na primeira hora de funcionamento da mostra”.
Uma iniciativa que juntou sob o mesmo tecto diversos objectos que têm marca “Made in UBI”. Desde os referidos aviões de esferovite, até ao carro da Eco-Marathon, passando por grelhadores inovadores e terminando em distribuidores de medicamentos para farmácias, os visitantes puderam ver um pouco de tudo o que é desenvolvido na área das Engenharias na UBI. E de uma forma “muito interessada”, garante o professor responsável, que prevê já a realização da terceira edição desta actividade, sem esquecer o contributo "do professor João Monteiro, que foi o mentor desta iniciativa".
Francisco Brojó salienta o facto de “grande parte dos alunos acabar por se afastar das Engenharias porque pensa que este tipo de cursos são difíceis pela Matemática e pela Física, mas temos de lhes mostrar que aqui não se fazem só contas, mas também coisas engraçadas”.
Esta actividade, para mim, correu melhor que os próprios “Dias da UBI”, isto porque, nesse evento, quem nos visita são os alunos, nesta actividade tivemos pessoas de todas as idades e com gostos e interesses diferentes. Coisas que segundo o docentes têm todos os motivos para vingar no mercado. Este ano, o evento contou com os projectos desenvolvidos pelos alunos de Design Industrial o que também contribuiu para um melhoramento da iniciativa. “Muitas pessoas abordaram-me especialmente pela parte do design”, explica Brojó. O mesmo acrescenta que “havia alguns projectos muito bem conseguidos e que achei que até são ideias que podem ter aplicação comercial”. O docente sublinha que o evento “foi muito engraçado porque desta vez abrimos tudo a toda a gente. Para além de tudo isso gostei do facto de termos muita afluência de pessoas de todas as idades”. O objectivo do Departamento, com este tipo de actividades, “passa pela abertura ao exterior e pela mostra das capacidades intrínsecas”, algo que segundo o responsável foi “largamente” conseguido.
Quanto à votação realizada pelo público o prémio para a “Melhor maquete ou protótipo” foi entregue a Joana Vale que conseguiu também vencer o “Melhor projecto/ideia” e o “Conceito comercial mais viável” com um grelhador redesenhado. Este grelhador conseguiu ainda vencer a “Melhor apresentação virtual”, lugar que partilhou com o projecto apresentado por Marta Lopes, de um dispensador farmacêutico, o qual venceu ainda a categoria de “Conceito mais original”.