Igualdade de oportunidades entre Homens e Mulheres

O Auditório da Biblioteca Municipal da Covilhã recebeu no passado dia 17 um Fórum sobre “Igualdade de Oportunidades entre Homens e Mulheres”. Organizado pelo Gabinete Psico-Social do Sindicato dos Trabalhadores do sector Têxtil da Beira Baixa, esta iniciativa visou dar a conhecer algumas injustiças sociais que persistem, actualmente, no mundo do trabalho.

O Fórum intitulado “Igualdade de oportunidades entre Homens e Mulheres” foi uma das várias inicativas realizadas pelo Gabinete Psico-Social do Sindicato dos Trabalhadores do sector Têxtil da Beira Baixa. Este Fórum visou despertar o interesse para questões tão actuais como a desigualdade social.
Das várias temáticas que foram surgindo ao longo do debate destacaram-se fundamentalmente a necessidade de incentivar o aumento da participação na sociedade de grupos que são vítimas de discriminação. O objectivo é promover a reflexão e a discussão de modo, a dinamizar acções destinadas a combater a discriminação, em todos os sectores e a todos os níveis.
Integraram o debate Graça Rojão, Coordenadora Geral da Associação Beira-Serra, e Ana Cristina Silva, Jurista e membro do CITE (Comissão Igualdades no Trabalho e no Emprego).
Graça Rojão chamou atenção para a conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional, e o tempo que é disponibilizado para cada um dos núcleos, bem como a qualidade de vida, que no final sai prejudicada. Graça Rojão considera que “ainda é difícil gerir o conflito entre as diferentes tarefas e as responsabilidades familiares. É dificil gerir o tempo ou diferenciar o trabalho da família e saber quais as prioridades de cada um”. Em sua opinião, “tem de haver mais equidade pois a sociedade não muda naturalmente. Tem de haver um maior equilíbrio, sobretudo na partilha das tarefas e das responsabilidades familiares, dado que a gestão do tempo é determinante na qualidade de vida e na satisfação pessoal”.
A segunda oradora da tarde, Ana Silva, abordou igualmente a conciliação do trabalho com a vida familiar, ao mesmo tempo que deu a conhecer a instituição a que pertence, o CITE. O papel desta estrutura é divulgar a legislação existente, e produzir pareces relativos à igualdade, de forma a desencorajar a discriminação no trabalho.
São também funções do CITE cooperar com a Inspecção-Geral do Trabalho na aplicação das normas sobre igualdade, e verificar a conformidade dos anúncios de oferta de emprego às normas legais. Mas a questão principal diz respeito a casos pontuais, como situações de despedimento de trabalhadoras grávidas, puérperas ou lactantes.
Ana Silva explica que a Comissão para a Igualdade tem ainda muito a fazer: “Estamos ainda longe do nosso objectivo, e é um caminho que se faz caminhando”.
Susana Oliveira, psicóloga do Gabinete Psico-Social do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, conta que o Gabinete, enquanto entidade de acompanhamento social, tem desempenhado um papel activo na reinserção de mulheres no mercado laboral, nomeadamente com a criação de uma base de dados onde constam todos os utentes desempregados, para assim contactar com as entidades empregadoras, que posteriormente poderão recrutar os utentes.
O Gabinete Psico-Social é aberto a toda a comunidade, e totalmente gratuito. Quanto ao número de sindicalizados, Susana refere que “são cerca de 5 mil, o que mostra que é preciso ajudar muita gente a encontrar soluções de emprego”. No futuro mais inicativas como esta serão realizadas, mas por ora a principal prioridade é “centrarmo-nos na empregabilidade de quem nos procura”.