Voltar à Página da edicao n. 381 de 2007-05-22
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A festa da Lusofonia invadiu mais uma vez o Teatro-Cine da Covilhã

Jovens lusófonos em festa no Teatro-cine

Um grupo de estudantes da Universidade da Beira Interior (UBI) mostrou como diferentes raças, etnias, culturas, hábitos ou distâncias podem celebrar em conjunto a autenticidade das suas raízes, sem esquecer aquilo que os juntou: a Língua Portuguesa.

> Ana Albuquerque

“Como povos tão diferentes se tornaram irmãos de sangue”. Esta foi a forma de apresentar mais uma Festa da Lusofonia, no Teatro-Cine da Covilhã. Jovens lusófonos, alunos na UBI, convidaram a comunidade covilhanense para um encontro, na tarde de 20 de Maio. A diversidade cultural e étnica dos diferentes países que partilham a língua portuguesa foi a grande protagonista.
A iniciativa partiu do Grupo Projecto Lusofonia, em actividade desde 2001, com a celebração do dia de África, a 25 de Maio. Desde então, a UBI recebeu estudantes de outras comunidades lusófonas como o Brasil e Timor-Leste. A nova conjuntura académica e cultural levou ao alargamento do conceito do projecto inicial, com a necessidade de integrar os novos alunos. Segundo este grupo de estudantes, o projecto “Festa da Lusofonia” surge, então, da necessidade de “incluir todos os países que falam português, visando, no essencial, promover o intercâmbio entre as culturas que integram o espaço lusófono”.
De Angola ao Brasil, de Cabo Verde à Guiné, de Moçambique a Portugal, de São Tomé e Príncipe a Timor-Leste vieram danças, músicas e trajes tradicionais em padrões e cores vermelhas, amarelas e castanhas da terra e do sol quentes dos países de expressão portuguesa do hemisfério sul. Com a presença constante da máxima: “No corpo a expressão, na língua a união”, os vários intervenientes mostraram como cada terra é particular e distinta. As línguas que coexistem, as raízes e tradições, a forma de encarar a vida, revelaram-se fundamentais na aproximação de todos os envolvidos. Apesar de estudarem e viverem longe do seu país natal, este evento é também uma forma de mostrar e partilhar aquilo que os identifica e de dar a conhecer àqueles que os acolhem as suas origens.
Aos ritmos e movimentos africanos como o Kuduro, o Semba, a Makuela, a Puita e outras danças apresentadas pelos jovens participantes, juntaram-se os sons electrónicos da música contemporânea. O grupo de dança “Dreleuse”, de Castelo Branco, aproximou as melodias tradicionais africanas às modernas combinações musicais de hoje. Também o grupo “Terra a Terra”, formado por alunos da UBI, mostrou a musicalidade dos seus dialectos com mornas e outros sons tradicionais. Entre desfiles e representações de lendas e estórias populares, não foi esquecido Luís de Camões, um dos grandes poetas que cantou a língua portuguesa e a levou além-fronteiras.
Para além das manifestações e expressões corporais e linguísticas de cada povo, recordou-se a História, a integração e a participação dos portugueses em cada uma dessas terras. Nos participantes e no público ficou um desejo de comunhão das diferenças e de aceitação pela identidade. José Venâncio, pró-reitor e docente no Departamento de Sociologia da UBI, destacou a importância da língua portuguesa como “língua de contacto, que permite entendermo-nos uns aos outros, bem como mostrar como são ricas as culturas que se expressam também em português”. Num ambiente de festa pela diversidade, a palavra Lusofonia foi a mais evocada.


A festa da Lusofonia invadiu mais uma vez o Teatro-Cine da Covilhã
A festa da Lusofonia invadiu mais uma vez o Teatro-Cine da Covilhã


Data de publicação: 2007-05-22 01:28:22
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