Voltar à Página da edicao n. 381 de 2007-05-22
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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O Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira comemorou cinco anos

Cinco anos ao serviço da região

O Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira (BACB) comemorou no passado dia 19 o seu quinto aniversário, com uma conferência intitulada “Combate à pobreza”, uma iniciativa que teve lugar no Anfiteatro da Parada, na UBI. Apesar de recente, esta instituição tem desempenhado um papel positivo no combate a um dos principais problemas que afectam a região: a pobreza.

> Joana Barata

O Banco Alimentar contra a fome da Cova da Beira (BACB) comemou mais um aniversário. Passados cinco anos de actividade, o BACB cresceu consideravelmente, mantendo a mesma ideia incial, a de ajudar quem precisa aproveitando e canalizando bens alimentares que de outra forma seriam desperdiçados.
Este foi um projecto iniciado há 15 anos em Portugal, e abrange já 13 zonas do País. O número de voluntários permanentes ronda os 23, enquanto que nas campanhas são cerca de 400.
Em cinco anos de actividade, o BACB distribuiu cerca de 345 toneladas de alimentos em oito concelhos da região, através de 35 instituições. Em 2006 eram já 35 as entidades ajudadas, em que beneficiaram directamente 2 mil e 800 pessoas. As cidades da Covilhã e do Fundão são os municípios onde o Banco Alimentar mais auxilia e canaliza o seus esforços, o mesmo sucedendo com os concelhos de Belomonte, Gouveia, Guarda, Manteigas, Pinhel e Seia.
Ricardo Alves, presidente do BACB e docente do Departamento de Gestão e Economia da UBI, faz um balanço bastante positivo: “Ajudámos mais de 3000 pessoas com a nossa entrega de alimentos”. Existem três grupos que necessitam da ajuda solidária do Banco Alimentar: os idosos, o grupo com mais carência e com poucos rendimentos; os desempregados; e um terceiro grupo que «por razões culturais gasta o seu dinheiro em bens materiais de que não necessita».
“O papel do Banco é acompanhar o trabalho das instituições e controlar a actividade das mesmas, para realmente ver se os alimentos chegam de facto a quem precisa”, explica aquele responsável. Quanto a projectos para o futuro, Ricardo Alves garante que “está prevista a abertura de um novo armazém; a realização de mais actividades, como aproveitar os desperdicios nomeadamente de vegetais e fruta no mercado abastecedor da Cova da Beira; e requerer equipamento de frio, que ainda é uma das lacunas a preencher. O novo armazém, em principio será junto á estação da Covilhã”.
Quanto aos donativos monetários as receitas destes cinco anos de actividade ascenderam aos 10 mil euros, que o Banco canaliza para despesas correntes de manutenção.
Os oradores convidados para esta conferência foram Isabel Jounet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, e Luís Vasconcelos, representante da Associação Portuguesa de Direito ao Crédito, numa abordagem ao micro-crédito. Esta associação, criada em 1998, tem como objectivo dar a oportunidade de cada pessoa ter acesso a um crédito, de modo a iniciar a sua própria actividade profissional. Este projecto, o micro-crédito destina-se a todos os desempregados que encontram assim uma nova oportunidade de se integrarem na sociedade.
Como defende Luís Vasconcelos, ”é uma alternativa no combate à pobreza e à exclusão social, e deverá haver um elo de ligação por parte do Estado e da sociedade civil, contribuindo para um número de respostas possíveis – o micro-crédito é uma dessas respostas».
Já para Isabel Jounet o mais importante é o lado social. Quanto à actividade destes cincos anos do BACB, diz que “o projecto tem tido uma adesão notável, tanto por parte das pessoas que querem contribuir com alimentos por ocasião das campanhas de recolha, como da parte das pessoas que querem coloborar dando o seu trabalho voluntário a um projecto, com o qual se identificam e em que acreditam”.
Relativamente a objectivos para o futuro, Isabel Jounet aponta “uma maior aproximação das instituições com os bancos alimentares”. “É nosso objectivo estruturar uma rede que permita proximidade e potenciar o trabalho que diarimante é levado a cabo no terreno pelas Associações que lidam com as situações de carência. É nossa convicção de que são essas instituíções que conhecem de perto a realidade e que podem ajudar as pessoas a ultrapassarem essa situação de pobreza temporária ou permanente”. Ainda assim, acrescenta, “há muito por fazer, como por exemplo criarem-se mais Bancos Alimentares, nomeadamente na região de Vila Real. Além disso cada Banco precisa de aumentar a sua área de abragência dentro de cada região, e precisamos também de mais voluntariado”.
Entreajuda e ensinar as instiuíções a gerirem-se melhor é um papel de todos. Para além da conferência, realizou-se também um jantar comemorativo com o custo unitário de 15 euros, que reverteu para o BACB.


O Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira comemorou cinco anos
O Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira comemorou cinco anos


Data de publicação: 2007-05-22 00:05:00
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