Harvard de olhos postos na UBI

Dois responsáveis da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard estiveram na Covilhã em visita à Faculdade de Ciências da Saúde da UBI. Durante os próximos quatro meses, a UBI vai trabalhar com as restantes Faculdade de Medicina portuguesas em projectos conjuntos com a mais importante universidade do mundo.

A visita decorreu durante a tarda da passada quinta-feira, 19 de Abril. Thomas Aretz, vice-presidente do Global Programs da Harvard Medical Internacional e David Golan, co-director da mesma faculdade foram os dois representantes da universidade americana que visitaram a UBI. Uma acção que decorre do acordo celebrado entre o Estado português e a Harvard Medical School, que vai no sentido de estimular a internacionalização e a cooperação entre as faculdades de Medicina e os principais laboratórios e centros de investigação nacionais em ciências biomédicas. Um protocolo assinado na passada segunda-feira, 16, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.
Durante toda a semana, os representantes daquela que é considerada a melhor universidade do mundo, visitaram todas as faculdades de Medicina de Portugal. Visitas essas que serviram “para averiguar os modelos de ensino, a forma como se integram os alunos e os projectos de investigação que estão a decorrer nessas faculdades”, explicou ao Urbi, Thomas Aretz, da Universidade de Harvard.
Durante os próximos quatro meses serão realizadas diversas actividades, sobretudo visitas e trocas de informações sobre a dinâmica e a actividade das entidades envolvidas. João Queiroz, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, explica que este período pode ainda contemplar “a troca de docentes, investigadores e até alunos”, entre as universidades.
Para já, os responsáveis da Universidade de Harvard ficaram “bastante impressionados” com a faculdade sediada na Covilhã. Thomas Aretz mostrou-se agradado com “a tipologia de ensino que aqui está introduzida”. O responsável pela instituição americana destaque “a auto-aprendizagem, as novas tecnologias e forma como implementam o ensino prático nos alunos desde cedo.” Para além disso, “o que me deixou também gostei bastante foi o facto de em apenas seis anos existir a capacidade de construir toda uma faculdade desta dimensão”, conclui.
Passados os quatro meses iniciais, onde as faculdades portuguesas vão integrar grupos de trabalho para interagir com a instituição americana, “será feito um relatório e será proposto ao ministério da tutela a possível colaboração entre Harvard e algumas universidades portuguesas”, explica João Queiroz. Para já, a universidade americana não vai trabalhar de forma isolada com nenhuma universidade portuguesa. E mesmo no futuro “esperamos encontrar grupos de pessoas que queiram trabalhar connosco, independentemente da universidade onde desempenham funções”, adianta Thomas Aretz. O acordo celebrado entre o Estado português a Harvard prevê ainda a possibilidade de se desenvolverem programas de cooperação de ensino pós-graduado em áreas biomédicas e de investigação clínica.
João Queiroz espera que a FCS tenha um bom desempenho neste processo. Segundo o responsável pela faculdade, “há todo um trabalho de fundo que permite almejar esse resultado”. Queiroz lembra que “foi feito muito trabalho, sobretudo ao nível da implementação do ensino da Medicina com qualidade e inovação. Temos uma nova forma de interagir com os hospitais e de ensinar medicina, mas há coisas que podemos melhorar e logo esta escola em especial tem um certo prestigio e daí nós podermos ganhar muito na colaboração com eles”.
Manuel Santos Silva, reitor da UBI lembra também que “a Faculdade de Ciências da Saúde tem sistemas que se podem considerar como modelo, destaque para a intranet, para os conteúdos informáticos e outras vertentes inovadoras inseridas no esquema de ensino”. Todo um conjunto de ferramentas e de inovações que se podem revelar essenciais na hora da escolha.