Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 375 de 2007-04-10 |
Uma nova estratégia para o turismo da região
A ideia foi defendida por Pedro Guedes de Carvalho, presidente do Departamento de Ciências do Desporto, na conferência sobre “O Desporto e Desenvolvimento Regional – O Caso PETUR”. “Turismo & Protocolo” foram as duas áreas abordadas, num seminário que contou ainda com a presença de António Oliveira, da Câmara Municipal de Lisboa (CML).
> Igor CostaNuma iniciativa aberta a toda a comunidade covilhanense, a assistência era constituída sobretudo por alunos da Pós-graduação em Marketing de eventos e Produtos Turísticos. Os dois convidados falaram sobre “Turismo & Protocolo”, num seminário cujo proveito e interesse se comprovou pelo alongar das discussões. Pedro Guedes de Carvalho apresentou a ideia mais vincada do encontro: “O turismo em grande escala está para desaparecer”. Problema e alternativas foram debatidos a 31 de Março, no edifício do Centro de Formação Interacção UBI Tecido Empresarial (CFIUTE).
A tendência do turismo dirige-se «para as pequenas estruturas personalizadas, numa altura em que os modelos turísticos adaptados na Beira Interior se esgotaram». Segundo o docente da Universidade da Beira Interior (UBI), “o problema tem a ver com a estratégia” usada pelas grandes empresas. Aos olhos do investigador, o turista comum procura hoje outras coisas para além dos desportos que o levam a escolher uma determinada região ou unidade hoteleira. Por isto, a região da Serra da Estrela deverá potenciar as pequenas iniciativas empresariais, “com muito mais probabilidade de sucesso. Isto porque permitem que o turista que vinha apenas para ver a Serra, usufrua dos serviços de pequenas empresas que prestem animação em roteiros culturais, patrimoniais, gastronómicos e sobretudo de actividades de natureza. “Se conseguirmos que cada turista fique mais uma noite, quase que duplicamos o tempo médio de estada na região”. A revitalização das aldeias históricas é aqui um passo fundamental, segundo o conferencista.
A nova dinâmica sugerida na conferência requer, contudo, que os protagonistas sejam as empresas privadas e não as autarquias. “O problema é que temos estado centrados nas autarquias enquanto organizadoras de eventos, e temos de passar a ter empresas privadas a organizar actividades. Para além do licenciamento, o resto serão as empresas a ter de organizar. Este é um dos grandes defeitos culturais, estarmos sempre à espera que seja o Estado e as autarquias, e não os privados, a organizar”, reforça o docente. O aproveitamento eficaz dos recursos disponíveis pode, segundo Pedro Guedes de Carvalho, passar pela polivalência das infra-estruturas. “Infelizmente não temos ainda profissionais de turismo suficientes que queiram trabalhar em rede”, lamenta o investigador. Neste evento esteve também presente um membro da Câmara Municipal de Lisboa que veio falar sobre os protocolos e algumas formas como se devem levar em linha de conta os actos oficiais.
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