Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 374 de 2007-04-03 |
Programar na Covilhã
Especialistas de várias estruturas culturais estiveram no edifício do Teatro das Beiras a debater o panorama do teatro na região. Defenderam que é importante apoiar o teatro e outras actividades, pois este gera riqueza cultural.
> Susana DuarteProgramar e fundamentalmente relacionar as actividades culturais foi o objectivo do debate intitulado “Programar na Beira Interior”, que decorreu na passada terça-feira, 27, no edifício do Teatro das Beiras, na Covilhã.
Carlos Semedo, responsável pela área musical do festival “Primavera Musical” de Castelo Branco, referiu que o grande objectivo do seu trabalho é proporcionar um festival com qualidade: «A organização tenta perceber o tipo de público que tem, após cada edição, para na próxima fazer melhor e cativar as pessoas a sentirem vontade de voltar no ano seguinte», declara.
Carlos Semedo explicou que «o processo de ligação com os públicos foi o mais complicado, devido aos pormenores financeiros». Após cada festival, «o público quer saber o que vai acontecer no próximo, tornando-se cada vez mais exigente, e não é possível dar resposta por questões financeiras», disse. “Tenho que começar do zero a nível financeiro, nunca sei quanto é que a Câmara vai financiar”, referiu. Acrescentou que «preferia que me dessem menos dinheiro, mas que dissessem com antecedência qual a verba disponível», para planear com antecedência o festival e “saciar a sede do público”, confessa.
“É muito importante partilhar um laço com o público e aproveitar a energia positiva que acontece durante um mês”, afirma. O responsável pela área musical do festival “Primavera Musical”, entende que é o público que dá vida ao festival, revelou que no ano passado o espectáculo esteve para parar durante um ano, mas devido ao público que se manteve fiel e ao esforço feito por toda a organização, conseguiram manter a iniciativa. Adiantou também que a edição deste ano está «a dar um gozo especial», pois “temos grandes expectativas em relação ao Primavera Musical deste ano”.
“É preciso lutar pelos orçamentos”, afirmou Américo Rodrigues, director e programador do Teatro Municipal da Guarda. Segundo aquele director, «deve arriscar-se e prestar um serviço de qualidade» e «só se pode fazer uma programação de qualidade em função do orçamento». “Não podemos construir a partir do vazio, a parte financeira é altamente condicional” justifica. Américo Rodrigues salientou que a cultura é uma fonte de desenvolvimento e pode ajudar ao desenvolvimento da cidade da Guarda.
Segundo o director da Quarta Parede, Rui Sena “Programar é um acto criativo”, quando mostram coisas novas, estão a propor ao público passar a linguagens modernas. “Ao longo destes anos, conseguimos criar um núcleo de pessoas que tanto quanto nós querem ultrapassar fronteiras”,
Para o director do Teatro das Beiras, Fernando Sena, as dificuldades financeiras que o teatro atravessa devem-se «à ausência de uma política cultural».
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