Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 372 de 2007-03-20 |
Bispo da Guarda preside Catequese Quaresmal na UBI
D. Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda, presidiu, no passado dia 14 de Março, à catequese quaresmal, que decorreu no anfiteatro 8.1. Sob a temática “A Fé Cristã faz-se Cultura, para Dialogar com as Culturas”, o Bispo apresentou algumas reflexões sobre o tema.
> Catarina Reixa“A Fé Cristã faz-se Cultura, para Dialogar com as Culturas” - foi desta forma que D. Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda, intitulou a reflexão que serviu de mote à catequese quaresmal que dirigiu, no passado dia 14 de Março, no anfiteatro 8.1 da UBI.
Caracterizando-a como “uma reflexão sobre a vida, sob uma luz que se chama Evangelho e a partir da fé”, D. Manuel começou por definir a problemática em questão referindo que “vivemos num mundo marcado pelo individualismo e pelo subjectivismo. Esta situação tem consequências terríveis. Para contrariá-la, as decisões dos homens devem ser tomadas a partir da verdade do mundo, da verdade do homem e da mulher. Nessa verdade inscrevem-se códigos éticos a partir dos quais se determinam as boas práticas”.
No seguimento desta temática, o D. Manuel definiu o conceito de cultura como sendo “o ambiente simbólico em que cada indivíduo nasce para a consciência de si mesmo, faz o seu percurso de desenvolvimento pessoal e social e, nesse percurso imprime as marcas da sua individualidade. A cultura é, também, o espaço e a mediação através dos quais as pessoas são estimuladas a desenvolverem as suas múltiplas capacidades espirituais e físicas. A cultura é, ainda, o conjunto das mediações humanas e mundanas que permitem a relação de cada pessoa ou grupo com a realidade transcendente”.
Perante esta definição, D. Manuel considera que os comportamentos pessoais e sociais de cada indivíduo são condicionados, e até determinados, pelos quadros culturais da sociedade em que se insere.
Para explicar a premissa “a fé faz-se cultura”, D. Manuel referiu que “a fé é a relação interpessoal do ser humano com Deus, vivida no quadro de uma comunidade religiosa, mas também no plano da vida social. A fé faz parte de um património, que é a tradição religiosa. As pessoas com fé, quando produzem cultura marcam-na pela mesma. A fé influencia, particularmente, a compreensão do mundo e do homem que o habita. Procura aproximar os homens à verdade do mundo”.
Segundo o Bispo, a compreensão do mundo com que a fé se apresenta reconhece que “o mundo é limitado e inabarcável perante todas as tentativas que o ser humano faz para o compreender e dominar”.
«Uma determinada cultura tem tanto mais valor e é tanto mais credível quanto mais for capaz de captar, na sua justa medida, a verdade do mundo e a verdade do ser humano. Por sua vez, cada consciência individual só alcança o verdadeiro patamar da dignidade se for capaz de se ajustar por inteiro à verdade do mundo e, à verdade do homem e a todas as implicações éticas daí decorrentes», defendeu.
No final da conferência, D. Manuel reiterou “a importância decisiva da cultura e das culturas na construção da pessoa humana enquanto tal. O valor de uma cultura reside na sua capacidade de captar a verdade do ser humano e do mundo, e determinar orientações éticas e valores humanos. Por sua vez, a fé, ao inculcar-se, pretende dialogar com as distintas culturas e contribuir para o seu aperfeiçoamento, quer pela mais fiel aproximação à verdade, quer pelo mais absoluto conhecimento ético que permite às consciências tomarem decisões mais acertadas que conduzam às boas práticas”.
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