Voltar à Página da edicao n. 372 de 2007-03-20
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
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> <strong>José Geraldes</strong><br />

Maternidades e confusões

> José Geraldes

A questão das maternidades na Beira Interior tem provocado reacções de vária índole. Ou são posições de exigência de localização do futuro Conselho de Administração do Centro Hospitalar a Sul ou fabricação de notícias sem citação de fontes para lançar somente a confusão ou cartas de médicos a dizer que deixam de dar aulas na UBI a Norte. Diga-se a este propósito que candidatos a professores na Faculdade de Medicina não faltam. E até há de sobra.
O alvo explícito ou encapotado é sempre o mesmo: fazer crer que a Covilhã está excluída de alimentar aspirações a ter a sua maternidade, na decisão final que vier a ser tomada. E, sem quaisquer escrúpulos, tiram-se logo levianamente ilações sem pés nem cabeça. O que interessa é lançar a dúvida e depois se verá.
O curioso no meio disto tudo é que os semeadores da confusão estão fartos de saber que a razão que dizem ter, é uma estátua com pés de barro.
Aliás, o atiçar rivalidades entre Guarda e Covilhã e Covilhã e Castelo Branco não faz nenhum sentido. O que deve fazer-se, isso sim, é fomentar a colaboração entre as cidades numa lógica complementar.
Esta é a filosofia que preside ao documento que criou a Faculdade das Ciências da Saúde. E todos os esforços devem ser orientados para a concretização deste projecto.
O argumento aparece sempre. O Primeiro-Ministro afirmou no Parlamento que só ficariam dois blocos de partos. E, como a Covilhã geograficamente está no centro e longe dos extremos dos dois distritos, toca a concluir que a maternidade da Covilhã seria para suprimir.
Ora todos os estudos feitos sobre o problema e que são do conhecimento público dizem que, se há maternidade que não deve acabar, é precisamente a da Covilhã. E por razões fundamentadas.
A maternidade do Hospital Pêro da Covilhã é a melhor apetrechada, tem todos os recursos mais que necessários, oferece as melhores garantias. E, claro, não foi por nenhum favor que Hospital covilhanense ficou em quarto lugar no célebre estudo da Escola Nacional de Saúde Pública.
E porventura numa análise racional caberia nalguma cabeça a ideia de uma Faculdade de Medicina funcionar sem uma maternidade? Uma maternidade faz parte integrante de um Hospital universitário.
Apregoar agora que é certo as maternidades ficarem na Guarda e Castelo Branco garantindo que o Ministro da Saúde já tomou a decisão, sabe a arrogância.
O ministro Correia de Campos não pode decidir contra si próprio. Há um Despacho oficial de sua autoria que atribui ao futuro Conselho de Administração do Centro Hospitalar a tomada desta decisão. Ora tal Conselho nem sequer ainda foi criado.
Fontes ligadas directamente ao Primeiro-Ministro garantem que tais notícias vindas a lume são especulação e uma mentira irresponsável. Nenhuma decisão foi tomada sobre as maternidades da Beira Interior.
Em vez de se lançarem nuvens de confusão, a tarefa mais importante é trabalhar para que se mantenham as três maternidades actuais, pois haverá um serviço de complementaridade ao serviço das populações.
Eis a tarefa em que os agentes sociais de todos os sectores se devem empenhar. Deixemo-nos de “guerrinhas” e rivalidades bacocas. Contribuamos de forma positiva para que haja a maior colaboração entre os hospitais de Guarda, Covilhã e C. Branco. E todos ficamos a ganhar.


Data de publicação: 2007-03-20 00:00:00
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