Voltar à Página da edicao n. 371 de 2007-03-13
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Os alunos de Medicina esperam agora recolher fundos necessários para se deslocarem aos Camarões

Medicina prepara missão aos Camarões

O Kumba Project é recente em Portugal, mas os alunos de Medicina da Universidade da Beira Interior (UBI) já se envolveram. As actividades que desenvolvem preparam a missão que partirá em Agosto. A noite de 13 de Março marca mais uma recolha de fundos.

> Igor Costa

Em Agosto de 2003 um grupo de estudantes de Medicina da Universidade de Ferrara, em Itália, criou o Kumba Project. Dois anos depois estabeleceu-se a parceria com Portugal, e os estudantes do curso de Medicina da UBI mostraram de imediato o seu interesse. Com o aproximar da partida da primeira missão, as actividades intensificam-se, de forma a reunir o máximo de bens para uma cidade dos Camarões. Uma das recolhas de fundos decorre com uma festa numa discoteca da Covilhã, a 13 de Março, terça-feira.
Para além dos fundos monetários, usados na amortização dos custos com vistos, viagens, alojamentos e fármacos, os estudantes procuram também outros bens. Os alunos têm recolhido medicamentos entre os colegas da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS), e planeiam alargar a acção até junto de farmácias e do Centro de Saúde da Covilhã. Para além disso, lançam o pedido a toda a comunidade civil: “É possível que todos entreguem medicamentos que não são usados até ao fim. Todos temos pequenas farmácias em casa, como medicamentos que não usamos. Desde que estejam dentro da validade até Agosto ou Setembro são bem-vindos, porque são usados lá.” Ao Centro Hospitalar da Cova da Beira solicitaram o patrocínio através de medicamentos e material de laboratório, nomeadamente microscópios inutilizados, fulcrais para o rastreio da malária em Kumba.
A cidade foi escolhida pelos estudantes italianos pela sua localização, e pelas condições de segurança que oferece. Trata-se de uma zona pacificada há 20 anos, que permite desenvolver o trabalho de forma proveitosa. Sempre que a mobilidade o permita, os jovens trabalharão em Kumba, de segunda a sexta-feira, e prestarão apoio nas aldeias em redor durante os fins-de-semana. Como explica Catarina Agostinho, colaboradora do Kumba Project na Covilhã, “é um programa clínico, em que os estudantes de medicina prestam voluntariado no tratamento da malária e doenças infecto-contagiosas. Para além disso tem a componente de educação para a saúde, pois é preciso alertar as pessoas para as condições de higiene, tratar a água e usar redes mosquiteiras, por exemplo.”
“O trabalho que agora se faz em Portugal é estudar as informações trazidas pelos alunos que já lá foram”, explica Catarina Agostinho. Segundo a estudante de Medicina, é preciso “ver o que está bem e o que se deve mudar, e preparar o terreno para os estudantes que vão, até porque terão formação em doenças infecto-contagiosas.” Por motivos logísticos, a missão portuguesa integrará dois elementos, escolhidos entre os candidatos que se inscreverem a partir de Abril. Aos voluntários é exigido que falem fluentemente inglês e que tenham experiência clínica, pelo que apenas os alunos dos últimos três anos podem concorrer.
O projecto envolve todas as faculdades com a licenciatura em Medicina, e os bens angariados serão usados pelos dois portugueses escolhidos. “Trabalha-se para o projecto nacional. Queremos ajudar os voluntários que vão este ano, e as pessoas que lá estão, independentemente da escola”, revela Catarina Agostinho. No que diz respeito aos estudantes da FSC da UBI, Catarina Agostinho nota alguma sensibilização. Para além do apoio na recolha de fundos, prevêem-se algumas candidaturas de alunos da Covilhã. “Quem gosta destas actividades de voluntariado, à partida entusiasma-se. A única condicionante e que impede algum entusiasmo é o facto de as vagas ainda serem poucas, porque não há alojamento suficiente”, refere a aluna. Um outro entrave está relacionado com as implicações que a ida para os Camarões pode acarretar no currículo dos estudantes. Quanto a isso, Catarina Agostinho diz que se têm estabelecido diligências de forma que a experiência em África seja tida em conta e valorizada académica e profissionalmente.
Uma missão de oito italianos e dois portugueses é o que se prevê para o próximo Verão, em que cada voluntário se compromete a ocupar metade do peso da sua bagagem com medicamentos e material médico. Do ponto de vista da instituição, a estudante covilhanense revela que o Kumba Project já tem ambições para o médio prazo: “O projecto tornou-se internacional, pois está em cooperação entre italianos e portugueses, e por isso um dos grandes objectivos é candidatar o projecto a Organização Não Governamental. Isso permite-nos aceder a maiores ajudas financeiras internacionais, e valoriza o projecto, credibilizando-o.”


Os alunos de Medicina esperam agora recolher fundos necessários para se deslocarem aos Camarões
Os alunos de Medicina esperam agora recolher fundos necessários para se deslocarem aos Camarões


Data de publicação: 2007-03-13 00:00:00
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