Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 371 de 2007-03-13 |
Ciências do Desporto mais perto da meta
Mais dinâmico e aberto a novos horizontes, este departamento sofreu várias mudanças para entrar em Bolonha. O curso de Ciências de Desporto da UBI está agora diferente. Objectivo: ser um dos melhores do país
> Cátia Felício“É um curso recente, com dez ou 12 anos. Está num processo de tentativa de afirmação nacional. E vamos ver se também internacional no futuro”. Pedro Guedes, presidente do departamento de Ciências de Desporto da Universidade da Beira Interior (UBI), anuncia o que mudou. Organizar o curso mais na base de trabalho com alunos, tendo em vista o desenvolvimento de competências, é uma das principais mudanças do curso de Ciências de Desporto da UBI.
“Hoje em dia os serviços militares já estão a começar a exigir um curso de Ciências de Desporto”. Salientando que os alunos deste curso são “importantíssimos”, diz ainda que “para ir para a polícia militar e força aérea é preciso um curso de desporto”.
Além de entrar no Observatório Europeu de Emprego no Desporto, o departamento quer levar os alunos a conhecer outros centros no país e também no estrangeiro. “Éramos o único departamento no país que ainda não estava inserido neste observatório”, diz Pedro Guedes.
Sem abdicar da parte teórica, o curso está mais prático. O presidente deste departamento diz que as mudanças foram pensadas ao pormenor. Daí que, “dia 8 de Novembro recebemos o registo do primeiro e segundo ciclo do curso de Ciências do Desporto sem quaisquer emendas ou alterações. O que quer dizer que foi um projecto bem elaborado, pensado com tempo”. A explicação para não ter entrado na primeira vaga de cursos candidatos a Bolonha está em preferir “preparar melhor as alterações”.
Em comparação com outras instituições do país, Pedro Guedes diz que “nós aqui entendemos que o desporto está cada vez mais associado às questões da saúde, do exercício, da prevenção de doenças, da qualidade de vida”. Acrescenta ainda que ”como a Faculdade de Medicina está também a fazer trabalhos nesse sentido, nós entendíamos que podíamos ser um bom complemento nessa área ligada muito mais ao desporto via saúde, ao desporto via lazer, desporto turismo”.
Outra mudança fundamental foi ”dar mais reforço às actividades de biomecânica” relacionadas com a análise de movimento humano. Com o intuito de reforçar a componente científica a nível do treino, “porque ai é que ainda há lacunas por corrigir”, Pedro Guedes diz que “nós temos uma visão mais integradora do homem, no sentido de que o homem não é só corpo. É corpo, mas também é espírito”.
Acredita que é um longo percurso a percorrer. “Se calhar só daqui a uns anos é que vai estar terminado a nível de universidades em geral”. Até lá, o departamento quer abrir-se ao exterior. “A relação que a universidade tinha com o meio era bastante pequena, bastante fechado. Essa foi também uma mudança importante: abrir o departamento ao exterior, começando pela localidade mais próxima. Mas obviamente sempre com os olhos em ir mais longe, em ir mais para fora”.
Querendo manter um contacto com os antigos alunos, Pedro Guedes encontrou nas lacunas apontadas por antigos estudantes um ponto importante a ter em conta para a reestruturação do curso. Seguindo um caminho que permita ao departamento "respirar", Pedro Guedes aponta a ruptura com o passado. Trata-se de “tentar abrir o departamento que esteve, eventualmente, alguns anos bastante preocupado em formar recursos humanos (…). A Universidade da Beira Interior esteve muito centrada no seu próprio umbigo (...). Nós estamos agora a tentar respirar um bocadinho, indo lá fora e trazendo gente cá dentro”. Neste campo diz que estão a ser previstos vários seminários. Outra mudança está em "estabelecer laços mais profundos com o sector de Desporto dos Serviços de Acção Social da Universidade da Beira Interior (SASUBI). Para o próximo ano lectivo espera-se ainda que entre em vigor o curso de segundo ciclo de Formação de Professores. A candidatura já foi feita e aguarda-se aprovação.
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