Voltar à Página da edicao n. 371 de 2007-03-13
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Este mestrado conta com diversas aulas externas

Reabilitar para manter o património

São três aulas externas, no âmbito do mestrado em reabilitação e ambiente da construção. João Carlos Lanzinha, que lecciona a disciplina de Hermenêutica da Reabilitação II, levou os alunos ao terreno.

> Igor Costa

Conhecidas pelo aproveitamento da estrutura da Fábrica Real de Panos, as instalações do Museu dos Lanifícios receberam os alunos do Mestrado em Reabilitação e Ambiente da Construção. Depois de terem visitado a Casa dos Magistrados, no dia 2 de Março, os estudantes visitaram na sexta-feira o edifício que hoje acolhe parte da Universidade da Beira Interior (UBI). Elisa Pinheiro, directora do museu, explicou o processo de requalificação das estruturas, numa aula prática no âmbito da disciplina Hermenêutica da Reabilitação II, que é leccionada por João Carlos Lanzinha.
Segundo o professor, há dois objectivos na integração destas actividades na disciplina. Primeiro, “levar os alunos a conhecer aquilo que é a realidade da região”, até porque alguns vêm de outros pontos do país. Depois, intensificar esforços junto das autoridades, nomeadamente as autarquias, no sentido de os sensibilizar para a reabilitação. O organizador deste encontro enquadra Portugal no contexto comunitário, e diz que ainda há muito para fazer: “Nós não somos um país rico, e o padrão europeu não é construir edifícios novos, é fazer reabilitação de edifícios, é conservar os centros históricos”. “A nossa ideia é, portanto, levar os alunos ao contacto com a realidade, e por outro lado disseminar a realidade relativa à reabilitação nas outras áreas quer do saber, quer da decisão”, explica o docente da UBI.
João Carlos Lanzinha concretiza: “O ciclo desta semana fala-nos nas intervenções para preservação do património industrial e reabilitação de antigos edifícios industriais”. Aquando da intervenção do Marquês de Pombal, no século XVIII, a Fábrica Real de Panos compreendia seis mil metros quadrados. No reinado de D. Maria I esse espaço foi ampliado para dez mil metros quadrados, mas apenas os 750 correspondentes ao primeiro núcleo da fábrica foram recuperados desde 1975. A localização apresentava características que levaram a Covilhã a ser o maior centro de lanifícios do país. Depois de ter sido usado como quartel militar e abandonado durante décadas, o edifício foi reconstruído, tentando-se preservar o máximo dos traços originais. Por isso, e como focou Elisa Pinheiro, “é importante uma equipa pluridisciplinar quando se faz uma intervenção deste tipo”.
Durante a tarde, Elisa Pinheiro foi uma das oradoras que estiveram no auditório do Museu de Lanifícios da Real Fábrica Veiga, junto à ribeira da Goldra. A responsável pelo Museu dos Lanifícios debruçou-se sobre o caso particular da Covilhã, no que diz respeito à reabilitação do património industrial.
Anabela Paiva, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, falou sobre a avaliação de qualidade dos edifícios de habitação que sofram intervenções de reabilitação. A primeira das oradoras apresentou um dos temas mais quentes da actualidade. Sem se envolver em polémicas ou abordar algumas intervenções mais mediáticas, Manuela Almeida, da Universidade do Minho, referiu alguns aspectos da reabilitação energética dos edifícios.
Arquitectos e engenheiros, mais ou menos em igual número, investigam no mestrado alguns aspectos relacionados com a reabilitação de edifícios. O propósito é “perceber o que resulta da investigação conjunta na área da reabilitação de edifícios, que é muito importante, sobretudo porque são investimentos e mercados na construção”, como explica João Carlos Lanzinha. Aos alunos caberá depois apresentar um trabalho em que aprofundarão detalhadamente um dos temas abordados.
Os encontros dos dias 2 e 9 de Março, bem como o que decorrerá no próximo dia 16, incidem particularmente em edifícios institucionais, nomeadamente os da pertença dos municípios. O primeiro versou sobre temas como a reabilitação de edifícios residenciais, e a intervenção em estruturas de madeira. A visita que se segue terá lugar no Fundão, e será analisado o caso do Edifício Moagem – Cidade do Engenho e das Artes.


Este mestrado conta com diversas aulas externas
Este mestrado conta com diversas aulas externas


Data de publicação: 2007-03-13 00:01:00
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