Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 366 de 2007-02-06 |
A constância das cores
Uma tese de doutoramento apresentada na UBI tenta ir mais além na explicação do funcionamento do olho humano.
> Eduardo AlvesVasco Miguel Nina de Almeida é o autor de uma tese de doutoramento na área da Física, mas que abarca também “a Psicologia, a Informática e a Neurologia”. Na sua tese, intitulada “Quantifying Colour Constancy in Natural Viewing Conditions”, este investigador analisa “uma habilidade que o olho humano tem de conseguir perceber as mesmas cores, mesmo em condições diferentes”. Vasco Almeida exemplifica, com um caso comum, o complexo estudo: “Quando nós vamos ao supermercado e compramos uma banana, lá dentro, com a iluminação artificial, ela parece-nos madura, mas quando chegamos cá fora, vemos que está verde”. Ou seja, segundo uma das orientações desta tese, “o olho humano tem a capacidade de verificar que o mesmo objecto dentro da estrutura era amarelo e no exterior é verde”. O investigador aprofundou assim, os conhecimentos que a ciência actual possui sobre “o funcionamento visual deste tipo de fenómeno, que se chama constância das cores”.
Segundo o autor da tese agora apresentada na UBI, “esta é uma área muito competitiva, mas que em Portugal se investiga pouco”. Segundo Vasco Almeida, “apenas na Universidade do Minho e no Centro de Óptica da UBI se desenvolvem estudos desta natureza”. “Aquilo que agora proponho com esta tese é uma nova metodologia para estudar a constância das cores. Foi essa metodologia que foi uniformizada e está agora a funcionar no Centro de Óptica da UBI”, sublinha.
Estes estudos, apelidados de ciência fundamental, “não tem uma aplicação imediata à tecnologia”. No entanto, o autor da tese adianta que os estudos de constância das cores, que tiveram início nos anos 70 do século passado, foram aplicados à robótica para ensinar aos robôs a identificar o mesmo objecto mesmo que passasse da sala A para a B, com iluminação diferente”. Este mecanismo é complexo e ainda não está inteiramente compreendido, “mas é para isso que se continua a estudar”.
A tese apresentada por Vasco Miguel Nina de Almeida obteve aprovação, por unanimidade, por um júri constituído por Eduardo Luís Bliebernicht Ducla Soares, professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, David Harold Foster, professor da Faculty of Engineering and Physical Sciences of the University of Manchester, Juan Luis Nieves Gómez, professor titular de la Facultad de Ciências de la Universidad de Granada, João Pinheiro Providência e Costa, professor catedrático da Universidade da Beira Interior, Luis Miguel Bernardo, professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Paulo Torrão Fiadeiro, professor associado da Universidade da Beira Interior, Jorge Manuel Ferreira Almeida Santos, professor associado da Universidade do Minho, Sérgio Miguel Cardoso Nascimento, professor associado da Universidade do Minho e Mário José Teixeira Pereira, professor auxiliar da Universidade da Beira Interior.
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