Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 364 de 2007-01-23 |
O futuro do sector têxtil
Tese de doutoramento de Paulo Pinheiro revela que o sucesso das empresas passa pela aplicação do conhecimento e por agir em tempo útil
> Cátia FelícioApesar de estar em crise em Portugal, Paulo Gonçalves Pinheiro acredita que há alternativas para o sector têxtil. Adianta que a aplicação do conhecimento é essencial para tornar uma empresa mais rentável e com maiores índices de sobrevivência. Os resultados da investigação são apresentados na tese de doutoramento “a inteligência organizacional das empresas do sector têxtil português”, defendida dia 18, na reitoria da UBI. O trabalho é o desenvolvimento de uma investigação iniciada na Alemanha e traz como novidade a evolução na gestão do conhecimento. Paulo Pinheiro revela que, na tese, tenta equacionar a gestão do conhecimento e que há a tentativa de descobrir “até que ponto o sector têxtil português pode ter caminhos alternativos para enfrentar a crise que atravessa”.
De um universo de 9 mil e 58 empresas existentes em Portugal no ramo têxtil, o candidato seleccionou 889. Apenas cerca de 100 empresas responderam ao questionário. Paulo Pinheiro nota que, na sequência de terem vindo a fechar muitas empresas nesta área, muitos questionários foram devolvidos (uma vez que as empresas deixaram entretanto de existir).
Traça o mercado do sector têxtil português como um “sector de futuro”. E adianta: “Estamos a atravessar um momento difícil. É óbvio, não vou ser eu a dizer que não. No entanto, desse momento difícil nós temos que ver as oportunidades que temos para a frente e não encarar o momento difícil como um momento de desistência”. Exemplifica, então, com uma corrida de longa distância. “Imaginemos uma corrida de 10 mil metros. A certa altura sentimo-nos cansados e dizemos: 'Posso encostar e parar'. Ou então podemos dizer: eu agora vou-me superar. (…) E ir mais além. As empresas também podem fazer isso. Podem estar em dificuldades e dizer: agora vou ter que arranjar algo que eu se calhar nem sabia que existia e continuar em frente. Têm é de o fazer em tempo útil”. Paulo Pinheiro alerta que devem ser feitos esforços, mas há “um momento a partir do qual todos os esforços que se fazem numa empresa podem já ser insuficientes”.
A preparação para a tese de doutoramento começou em 2001, sendo em 2002 que parte efectivamente para a investigação. Durante perto de quatro anos, Paulo pinheiro viveu intensivamente para a tese. “É um trabalho de esforço. Trabalho muito intensivo mesmo nos momentos que não se está a trabalhar”. A tese teve como arguentes Maria Joaquina Barrulas (INETI) e Vasco de Sousa (UM).
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