Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 363 de 2007-01-16 |
Julgamento de homicídio prossegue com a acusação
Polícia Judiciária, Segurança Social e pessoas próximas da vítima foram as testemunhas presentes no tribunal da Covilhã. Os depoimentos de habitantes de Silvares, no Fundão, referem que a família de Rosa Gaspar não é mais a mesma.
> Igor CostaNa segunda sessão do julgamento de Jaime Marques, homicida confesso de Rosa Gaspar, a acusação levou ao banco das testemunhas alguns amigos, conterrâneos e a irmã da vítima. Foi ainda chamada Maria de Fátima Nunes, a técnica da Segurança Social que visitou o arguido no Estabelecimento Prisional da Covilhã, onde se encontra em prisão preventiva. As algemas nos pulsos e dois guardas prisionais foram as medidas de segurança impostas a Jaime Marques durante a audiência. O crime de que é acusado reporta a 2 de Novembro de 2005, quando Rosa Gaspar foi morta em frente ao Serviço de Finanças da Covilhã, onde trabalhava.
Nas sessões com a técnica da Segurança Social, o arguido admitiu que as perturbações que vinha sofrendo vinham de trás, aquando de partilhas, “quando o pai faleceu”. Na prisão, o recluso tem tomado registos que o ajudem na sua defesa, tendo revelado que pretende retomar o relacionamento com a filha que tinha com Rosa Gaspar. Neste momento, a criança encontra-se com a irmã da mãe, sendo frequentemente acompanhada pelos avós. Do lado paterno, os tios da criança, incluindo a madrinha, irmã do arguido, têm contactado os tutores legais, a fim de se informarem do estado da menor. Natália Gomes, irmã de Rosa, disse emocionada que a criança pergunta frequentemente pela mãe, e que se está a acostumar à ideia de que ela não voltará.
Um outro depoimento marcante foi o de uma amiga pessoal da vítima. Ana Sofia conhecia Rosa Gaspar há dez anos, e acompanhou a sua última fase de vida. A testemunha caracterizou o arguido como “uma pessoa inteligente, bom profissional, e tímido”. Recorda ter havido agressões de Jaime Marques à vítima mesmo durante o período de gravidez, pelo que a separação se consumou cerca de cinco meses depois no nascimento de Catarina. Ana Sofia diz que Jaime “é uma pessoa má” e que Rosa Gaspar estava em constante sobressalto. Diversos e-mails e mensagens de telemóvel faziam-na temer que o arguido atentasse contra a sua segurança.
Do depoimento de Alexandre Branco, inspector da Polícia Judiciária, ficou a falta de prova quanto à pertença de alguns objectos que se encontravam junto ao corpo da vítima. Na próxima sessão, marcada para 31 de Janeiro, serão ouvidas as testemunhas da defesa.
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