Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 363 de 2007-01-16 |
Uma Guerra longe do fim
O Tribunal Mundial do Iraque é uma organização que tem como fim ajudar os iraquianos na sua "libertação do controlo americano". Para isso promove sessões de esclarecimento ao público em todo o mundo.
> Carla MagalhaesEm Março de 2007 cumprem-se quatro anos sobre a intervenção militar no Iraque, uma acção que continua envolta em polémica.
O Tribunal Mundial do Iraque é uma associação não governamental internacional, fundada em 2004, cujo principal objectivo é organizar esclarecimentos públicos sobre aqueles que consideram ser os principais fundamentos da "invasão do Iraque", visando a "libertação" do país.
Manuel Raposo, um dos representantes portugueses do Tribunal Mundial do Iraque, critica não só a actuação do Governo anterior por ter apoiado claramente a invasão dos EUA, mas também o actual Governo, por José Sócrates não ter ainda revogado o apoio dado à intervenção militar liderada pelos Estados Unidos.
A sessão de esclarecimento realizada por esta associação realizou-se na UBI dia 12 de Janeiro, com o tema o “ataque a Faluja", que é caracterizado pelos conferencistas como “O massacre escondido”. O ataque, que decorreu a 24 de Novembro de 2004, destruiu hospitais, ambulâncias, casas e outros centros de apoio às populações, resultando em cerca de 4 a 6 mil mortes, segundo contas desta associação.
“A cidade de Faluja foi a última vítima de uma guerra genocida levada a cabo pelas forças dos EUA”, refere Manuel Raposo, criticando a passividade das organizações internacionais como a ONU, perante uma situação, considerada pelos conferencistas, como tendo graves consequências humanitárias ambientais, sociais, económicas e políticas.
Manuel Raposo considera que a recente execução do Saddam Hussein foi “um acto bárbaro promovido pelos americanos”, salientando que o calibre da invasão perpetuada “não tem lógica” desde o início, pois os EUA apenas pretendiam tomar conta do país, justificando que “a Jordânia, Kuwait, Arábia Saudita, também são países que vivem um regime ditatorial e no entanto são apoiados pelos americanos”, refere o membro do Tribunal Mundial.
As recentes declarações de George W. Bush sobre a actuação do seu país no Iraque, merecem também um comentário de Manuel Raposo, considerando-as como um “falso arrependimento” do presidente americano.
O Tribunal Mundial do Iraque promove dia 20 de Março, dia em que a invasão ao Iraque faz quatro anos, uma conferência sobre o futuro do Iraque. A este propósito, Manuel Raposo acredita que este país do Médio Oriente só conseguirá seguir em frente quando os americanos abandonarem o país.
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