Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 362 de 2007-01-09 |
Desinteressados ou esclarecidos?
A um mês do referendo sobre a despenalização do aborto os alunos da UBI não parecem interessados em saber mais acerca do assunto.
> Pedro Santos“Não é uma questão só das mulheres” afirma Dulce Esteves, para quem dizer “Não ao aborto” é uma questão de defesa de valores. Docente da UBI e membro do movimento “Guarda a Vida”, Dulce Esteves refere que todos têm uma palavra a dizer.
Não é o que parece. A contar pela mão cheia de pessoas que assistiam à conferência da passada quinta feira, no anfiteatro da parada, a tão discutida questão da despenalização do aborto parece não prender a atenção dos estudantes da UBI. De acordo com Marlise Mesquita, secretária da Associação Académica da Beira Interior (AAUBI) e responsável pela organização, o objectivo dos debates é apenas “esclarecer e informar as pessoas acerca da polémica questão do aborto”, no entanto, tem havido poucas pessoas a participar nos debates, sublinha.
A conferência contou com a participação do militante do PCP, Pedro Manquinho, em defesa do “Sim à despenalização”, e Dulce Esteves, a favor do Não. Se para Pedro Manquinho dizer Sim ao aborto seria “acabar de uma vez com a hipocrisia da sociedade”, para Dulce Esteves seria antes “uma clara violação do direito à vida”. Quando se fala da despenalização do aborto são muitas as questões legislativas, éticas e filosóficas que se colocam na mente de cada um. Virá a despenalização do aborto pôr fim aos cerca de 20 mil abortos clandestinos que se estima acontecerem, por ano, em Portugal? O princípio inviolável da vida passará a ser algo relativo? Terá o Sistema Nacional de Saúde capacidade para prestar assistência a todas as mulheres que pretenderem recorrer ao aborto? Será o aborto um homicídio? Foram estas algumas das questões debatidas, mas, como afirma Dulce Esteves, não há nem nunca vai haver uma conclusão definitiva.
No próximo dia 8 realizar-se-à nova conferência, pelas 19 horas, no Hotel Turismo, e dia 9 terá lugar na universidade um referendo, também organizado pela AAUBI, com o intuito de conhecer a opinião da comunidade universitária a respeito da despenalização do aborto.
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