Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 362 de 2007-01-09 |
José de Sousa nasceu a 16 de Novembro de 1922 na aldeia de Azinhaga. O nome Saramago, uma planta selvagem que servia para matar a fome, herdou-o da alcunha dos pais. Aos 2 anos mudou-se para Lisboa, onde mais tarde tirou um curso em serralharia mecânica, concluído em 1939.
A sua actividade profissional dividiu-se pela tradução, pela produção numa editora e colaborações em vários jornais e revistas, chegando a ser Director-Adjunto do Diário de Notícias.
Em 1947 surge o seu primeiro romance, “Terra do Pecado”, onde é possível encontrar muitas influências de Eça de Queirós. Este romance é hoje desvalorizado pelo escritor .
Depois deste romance, Saramago esteve cerca de 30 anos até voltar a escrever. “Levantado do Chão”, o trabalho seguinte teve um grande êxito.
Durante este interregno foi crítico literário na revista “Seara Nova”, filiou-se no Partido Comunista e foi um fiel cronista do Jornal do Fundão.
Em 1984 escreve o seu segundo grande romance, “Memorial do Convento”, em que relata a construção do convento de Mafra, baseando-se na dimensão histórica e na dimensão do fantástico, dando mais importância ao esforço dos homens que construíram o convento.
Este romance é marcado por um estilo que passará a constituir uma forte marca do autor e que se define pela supressão de alguns sinais de pontuação, que José Saramago justifica como a intenção de realizar um ritmo fluído e oral.
As suas características peculiares vão suscitar o interesse e uma enorme receptividade em todo o mundo, estando as suas obras traduzidas em 30 línguas.
José Saramago é um escritor multifacetado, tendo escrito prosa, poesia, ensaios, teatro e diários e tendo sido reconhecido pela atribuição de vário prémio nacionais e internacionais. Destes prémios destacam-se o Prémio Camões, Consagração da Carreira, Vida Literária e, apesar de não ter formação académica, doutoramentos Honoris Causa pelas universidades de Turim, Manchester, Sevilha, entre outras, e atingiu o seu esplendor em 1998, com a atribuição do Nobel da Literatura, algo que os críticos consideram que se deve ao carácter humanista, de confiança e esperança do poder humano que a sua obra projecta.
Parte da obra de José Saramago encontra-se no Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea na Biblioteca Nacional.
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