Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 362 de 2007-01-09 |
Fruticultores querem ceder património para pagar dívida
A Cooperativa de Fruticultores da Cova da Beira (CFCB) quer ceder património seu ao Estado para saldar uma dívida de 1980, que mantém as instalações penhoradas há seis anos, disse à agência Lusa fonte da instituição.
> Notícias da Covilhã"Os investimentos não têm parado nos últimos anos, mas a penhora complica as contas, sobretudo junto da banca", explica José Rapoula, presidente da CFCB, adiantando que por isso a cooperativa quer "arrumar de vez a questão da dívida", que ascende a 375 mil euros.
A cooperativa vai propor a cedência por tempo a determinar de um terreno com mil metros quadrados e um imóvel (casa do guarda), em frente às suas instalações, na freguesia do Ferro, na Covilhã. "Em 1980, foi concedido um empréstimo bancário de 37.500 contos à CFCB, avalizado pelo Governo ao abrigo do Crédito Agrícola de Emergência", descreve José Rapoula. Desse empréstimo, uma pequena parte foi liquidada, mas o essencial ficou por pagar. À quantia acresceram entretanto juros, totalizando hoje "uma dívida de 375 mil euros", sublinha.
"Pretendemos acordar com o Estado uma dação em cumprimento [uma prestação que visa extinguir de imediato a dívida] de um terreno e respectiva casa de guarda", diz José Rapoula. O património ficará nas mãos do Estado durante um período de tempo a negociar, após o qual a CFCB tem direito de opção sobre a sua compra. A alternativa à dação em cumprimento seria o pagamento de prestações de 2.500 euros por mês durante 150 meses, "um esforço financeiro que a CFCB não conseguiria suportar", referiu José Rapoula, acrescentando que as negociações com o Governo estão em curso.
As instalações da CFCB que estão sob penhora têm cerca de 2.500 metros quadrados e albergam a sede, escritórios, armazéns, câmaras frigoríficas e linhas de recepção e embalamento de fruta. Um dos investimentos necessários é a requalificação de todo o telhado, obra que deverá ascender a 200 mil euros e para a qual seria útil à CFCB "poder dispor das instalações sem penhora, como garantia para financiamento da obra". A cooperativa foi criada em 1966 e tem actualmente mais de 600 associados.
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