Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 361 de 2007-01-02 |
UBI faz contas à região
Um estudo realizado pelo Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Beira Interior, instalado na UBI, passa a pente fino o mercado de crédito nesta região do País. As principais conclusões deste trabalho apontam para um maior endividamento da população, que poupa cada vez menos.
> Eduardo AlvesJosé Pires Manso, docente no Departamento de Gestão e Economia da UBI e Rita Duarte do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Beira Interior são os dois autores do estudo intitulado “O Mercado de Crédito na Beira Interior”.
Este estudo que teve por base diversas variáveis económicas, pretende, de certo modo, traçar um esboço da evolução do mercado de crédito nesta zona interior de Portugal. Para tal, a análise do número de agências bancárias e de seguros, o crédito total concedido na região, o valor dos depósitos, os prédios hipotecados, o número de caixas Multibanco e os levantamentos efectuados nas mesmas foram pontos-chave nesta pesquisa. Este tipo de trabalho que agora é tornado público conta ainda com um outro factor de análise que merece grande destaque por parte dos dois investigadores. Trata-se pois da discrepância registada entre os depósitos e os créditos registados na área em que incide este trabalho.
O trabalho elaborado pelo Observatório da UBI está baseado nos dados bancários registados entre 1995 e 2003 e abarca os concelhos de Seia, Gouveia, Fornos de Algodres, Guarda, Celorico da Beira, Pinhel, Almeida, Sabugal, Figueira de Castelo Rodrigo, Meda, Trancoso, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Penamacor, Idanha-a-Nova, Covilhã, Fundão e Belmonte. Povoações que, segundo esta análise, têm vindo a perder habitantes, mas que ainda assim, registaram um aumento no número de entidades bancárias. E parece mesmo que a banca é um dos sectores que mais tem vingado pelas regiões do Interior. Isto porque, segundo os números do Observatório da UBI, “os valores totais do crédito concedidos aos residentes nestas zonas registaram taxas de crescimento próximas dos 15 por cento ao ano”.
Um acesso a verbas que segundo José Pires Manso e Rita Duarte estive ligado à compra de habitação. Os autores deste estudo de mercado confirmam que, “no que diz respeito ao crédito à habitação, no período em análise, as taxas de crescimento médio estiveram próximas dos 25 por cento ao ano”. Castelo Branco é o concelho que encabeça a lista dos que mais créditos solicitaram junto da banca. Esta verdadeira “corrida” aos empréstimos levou assim “a um aumento do número de dependências bancárias na região”, acrescenta ainda este estudo.
Mas ainda assim, “O Mercado de Crédito na Beira Interior” não se mostra diferente dos restantes. E daí que os dois investigadores apresentem também número sobre o crédito hipotecário. Este tipo de empréstimos solicitados à banca “cresceu quase tanto como o próprio crédito à habitação”, sublinham os autores do trabalho. Segundo o documento tornado público, entre 1995 e 2003, o número de prédios hipotecados aumentou cerca de 20 por cento.
Um dos primeiros sinais detectados pelos dois investigadores que aponta para uma redução de poder compra e um aumento de endividamento dos residentes na área que foi alvo do estudo. Mas esta análise de mercado aponta outros factores que levam a esta mesma conclusão.
No que diz respeito ao acesso a verbas monetárias, esta análise contempla também a evolução das caixas Multibanco. No que respeita aos valores dos levantamentos registados nas denominadas (ATM’s) da região, “estes são semelhantes às médias nacionais”. Ainda assim, e mesmo com o número de caixas Multibanco a “aumentar significativamente” nos nove anos em que incidiu esta análise, regista-se um maior acesso a esta tecnologia nas cidades. Nas zonas rurais dos concelhos, “os levantamentos efectuados nas ATM’s implicam maiores valores, mas são feitos de forma menos regular”.
Pires Manso e Rita Duarte adiantam que “uma breve análise à evolução dos depósitos permite concluir que os valores têm crescido pouco ao longo dos novos anos em estudo”. Um dos pontos mais significados e que mostra “uma diminuição na capacidade de poupança dos residentes na região da Beira Interior”. Para além da necessidade de solicitar créditos junto da banca, o que diminui as poupanças, “a diminuição dos juros pagos pelas entidades financeiras” são também outro factor a ter linha de conta neste ponto. Segundo os números apurados pelos dois investigadores “as instituições financeiras têm vindo a baixar os seus juros pagos sobre as poupanças em cerca de 13 por cento ao ano”.
Desta forma, a principal conclusão da análise de mercado agora apresentada pelo Observatório da UBI aponta para um endividamento crescente das famílias, através do acesso ao crédito e a uma diminuição significativa nas poupanças. Uma conclusão retirada após ser feita a comparação entre os depósitos e os créditos registados na Beira Interior. José Pires Manso e Rita Duarte esclarecem no seu trabalho que estamos perante uma região depositante líquida, cuja capacidade de poupança consegue, ainda assim, ser maior que o endividamento. Mas esta mesma capacidade “está em regressão” e caso as contas continuem da mesma forma, “num prazo não muito dilatado no tempo, a região poderá vir a torna-se crédito-dependente”, sublinham os dois investigadores da UBI.José Pires Manso, docente no Departamento de Gestão e Economia da UBI e Rita Duarte do Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social da Beira Interior são os dois autores do estudo intitulado “O Mercado de Crédito na Beira Interior”.
Este estudo que teve por base diversas variáveis económicas, pretende, de certo modo, traçar um esboço da evolução do mercado de crédito nesta zona interior de Portugal. Para tal, a análise do número de agências bancárias e de seguros, o crédito total concedido na região, o valor dos depósitos, os prédios hipotecados, o número de caixas Multibanco e os levantamentos efectuados nas mesmas foram pontos-chave nesta pesquisa. Este tipo de trabalho que agora é tornado público conta ainda com um outro factor de análise que merece grande destaque por parte dos dois investigadores. Trata-se pois da discrepância registada entre os depósitos e os créditos registados na área em que incide este trabalho.
O trabalho elaborado pelo Observatório da UBI está baseado nos dados bancários registados entre 1995 e 2003 e abarca os concelhos de Seia, Gouveia, Fornos de Algodres, Guarda, Celorico da Beira, Pinhel, Almeida, Sabugal, Figueira de Castelo Rodrigo, Meda, Trancoso, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão, Penamacor, Idanha-a-Nova, Covilhã, Fundão e Belmonte. Povoações que, segundo esta análise, têm vindo a perder habitantes, mas que ainda assim, registaram um aumento no número de entidades bancárias. E parece mesmo que a banca é um dos sectores que mais tem vingado pelas regiões do Interior. Isto porque, segundo os números do Observatório da UBI, “os valores totais do crédito concedidos aos residentes nestas zonas registaram taxas de crescimento próximas dos 15 por cento ao ano”.
Um acesso a verbas que segundo José Pires Manso e Rita Duarte estive ligado à compra de habitação. Os autores deste estudo de mercado confirmam que, “no que diz respeito ao crédito à habitação, no período em análise, as taxas de crescimento médio estiveram próximas dos 25 por cento ao ano”. Castelo Branco é o concelho que encabeça a lista dos que mais créditos solicitaram junto da banca. Esta verdadeira “corrida” aos empréstimos levou assim “a um aumento do número de dependências bancárias na região”, acrescenta ainda este estudo.
Mas ainda assim, “O Mercado de Crédito na Beira Interior” não se mostra diferente dos restantes. E daí que os dois investigadores apresentem também número sobre o crédito hipotecário. Este tipo de empréstimos solicitados à banca “cresceu quase tanto como o próprio crédito à habitação”, sublinham os autores do trabalho. Segundo o documento tornado público, entre 1995 e 2003, o número de prédios hipotecados aumentou cerca de 20 por cento.
Um dos primeiros sinais detectados pelos dois investigadores que aponta para uma redução de poder compra e um aumento de endividamento dos residentes na área que foi alvo do estudo. Mas esta análise de mercado aponta outros factores que levam a esta mesma conclusão.
No que diz respeito ao acesso a verbas monetárias, esta análise contempla também a evolução das caixas Multibanco. No que respeita aos valores dos levantamentos registados nas denominadas (ATM’s) da região, “estes são semelhantes às médias nacionais”. Ainda assim, e mesmo com o número de caixas Multibanco a “aumentar significativamente” nos nove anos em que incidiu esta análise, regista-se um maior acesso a esta tecnologia nas cidades. Nas zonas rurais dos concelhos, “os levantamentos efectuados nas ATM’s implicam maiores valores, mas são feitos de forma menos regular”.
Pires Manso e Rita Duarte adiantam que “uma breve análise à evolução dos depósitos permite concluir que os valores têm crescido pouco ao longo dos novos anos em estudo”. Um dos pontos mais significados e que mostra “uma diminuição na capacidade de poupança dos residentes na região da Beira Interior”. Para além da necessidade de solicitar créditos junto da banca, o que diminui as poupanças, “a diminuição dos juros pagos pelas entidades financeiras” são também outro factor a ter linha de conta neste ponto. Segundo os números apurados pelos dois investigadores “as instituições financeiras têm vindo a baixar os seus juros pagos sobre as poupanças em cerca de 13 por cento ao ano”.
Desta forma, a principal conclusão da análise de mercado agora apresentada pelo Observatório da UBI aponta para um endividamento crescente das famílias, através do acesso ao crédito e a uma diminuição significativa nas poupanças. Uma conclusão retirada após ser feita a comparação entre os depósitos e os créditos registados na Beira Interior. José Pires Manso e Rita Duarte esclarecem no seu trabalho que estamos perante uma região depositante líquida, cuja capacidade de poupança consegue, ainda assim, ser maior que o endividamento. Mas esta mesma capacidade “está em regressão” e caso as contas continuem da mesma forma, “num prazo não muito dilatado no tempo, a região poderá vir a torna-se crédito-dependente”, sublinham os dois investigadores da UBI.
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